GENTE & LIVROS
Arthur Conan Doyle
“- Qual então a sua teoria acerca das pegadas? – perguntei ansiosamente, quando chegámos à sala de baixo.
- Meu caro Watson, tente você mesmo fazer uma análise – retorquiu sem mostrar qualquer impaciência . – Conhece os meus métodos. Aplique-os, e será instrutivo compararmos os resultados.
- Não consigo imaginar coisa alguma que explique os factos – respondi.
- Em breve tudo se tornará claro para si – afirmou desprendidamente . – Creio já nada haver aqui que importe, no entanto vou verificar”.
In O Sinal dos Quatro

Arthur Conan Doyle nasce em Edimburgo a 22 de Maio de 1859 no seio de uma família de origem irlandesa, aristocrática e intelectual.
Estuda medicina e licencia-se em 1885. Um ano antes casa com Louise Hawkins. Abandona o exercício da medicina em 1891, embora mais tarde venha a participar como médico na campanha do Sudão (1898) e na guerra dos bóeres (1899-1902). Em 1902 recebe um título de nobreza pelos serviços prestados à coroa. Em 1907, casa, pela segunda vez, com Jean Leckie. O filho Kinsley morre na sequência de ferimentos infligidos na 1ª Grande Guerra e Doyle dedica-se a pregar o espiritismo.
Morre a 7 de Julho de 1930 em Crowboroug, no Sussex.
Conan Doyle destacou-se no género do romance policial, que transformou numa ciência de dedução. Escreveu mais de 50 livros, incluindo livros históricos, relatos de aventuras, poesia e peças de teatro. Em 1887, no romance Um estudo em Escarlate, aparecem pela primeira vez as personagem Sherlock Holmes – detective com grandes poderes dedutivos, um enorme intelecto e de grande destreza física - e o doutor Jonh Watson – seu fiel amigo e biógrafo.
Da sua bibliografia constam os títulos : Um Estudo em Escarlate (1887), O Sinal dos Quatro (1890), O Cão dos Baskervilles (1902), O Vale do Medo (1915) e O Mundo Perdido (1912).
O Sinal dos Quatro é a segunda novela escrita por Conan Doyle. Num lugar distante do império britânico quatro homens fazem um juramento de sangue que envolve um tesouro. Anos mais tarde, em Inglaterra, Mary Morstan recebe anualmente um pacote anónimo contendo uma única pérola de extraordinária beleza e enorme valor. A chegada das pérolas coincide com o dia em que o pai desapareceu, dez anos antes. Um dia, Mary recebe uma carta onde lhe prometem que será feita justiça. Começa a investigação de Sherlock Holmes... 
Eugénia Sousa
Florinda Baptista
Novidades
PIAGET.
O Instituto Piaget publicou, na sua colecção Ciência e Técnica, Cálculo da Probabilidade de Adelaide Carreira, Gonçalo Pinto e Bruno Sousa com a colaboração de Lurdes Oliveira. O Cálculo da Probabilidade é uma componente indispensável ao estudo da matemática. Uma proposta séria, prática e rigorosa dos conceitos e propriedades do Cálculo da Probabilidade, contendo exercícios para testar conhecimentos e exemplos para esclarecimento dos problemas abordados.
PIAGET. Decidir sobre as Crianças de Rudolph Shaffer vem esclarecer dúvidas sobre as crianças o seu desenvolvimento social, emocional e as suas relações familiares. Um livro fundamental para professores, educadores, psicólogos, psiquiatras, pais, advogados de direito da família, assistentes sociais e todos os responsáveis que tomam decisões sobre crianças. Decida-se a ler este livro.
GRADIVA. Nove Ideias Malucas em Ciência - Algumas delas podem mesmo ser verdade. O físico Robert Ehrlich mostra-nos o modo como a ciência funciona, numa abordagem bem humorada de algumas ideias menos ortodoxas, surgidas na literatura científica nos últimos anos. Nada convencional, muito interessante.
EUROPA-AMÉRICA. O Acaso e a Necessidade é uma obra de Jacques Monod, Prémio Nobel da Medicina, Director do Instituto Pasteur e um dos maiores cientistas franceses. A partir das descobertas científicas sobre as propriedades do DNA, Jacques Monod escreve uma obra fundamental que nos dá uma visão biológica sobre o percurso da humanidade na terra, obra de um acaso necessário? fruto de uma necessidade casual?
ASA. A editora publicou O Prazer na Escrita de Pierre Bach «Como professor estava farto. Farto de dar tratos à imaginação, todos os dias, para achar uma ideia para a lição do dia seguinte. Sentia a necessidade de elaborar uma estrutura que me permitisse encarar o meu trabalho a longo prazo, abordar os diferentes pontos do programa da língua materna, segundo um plano preciso.» (Do Prefácio). O Prazer na Escrita é também um prazer na leitura.
EUROPA-AMÉRICA. A Península Ibérica no século XVII, dos professores universitários Christian Hermann e Jacques Marcadé, acaba de ser publicado pela Europa-América, integrado na colecção Fórum da História. Um livro que clarifica a génese da identidade moderna dos dois países no decurso de um triste século XVII.
GRADIVA. A Editora Gradiva acaba de publicar James, um livro de Mark Tonra que retrata um personagem que é sempre o última a saber, o primeiro a ir-se abaixo, de feitio difícil e fácil de amar. Ao longo de 128 páginas,o autor interpreta de forma única a essência do braço de ferro a que chamamos infância, onde a inocência se confronta com a experiência. 
ESCOLA JOÃO RUIZ EDITA
LIVRO
A poesia das crianças
Estimular a criatividade das crianças será sem dúvida uma das actividades mais motivadoras para um professor. Mas aproveitar essa criatividade passando-a ao papel e dando-lhe corpo num livro de páginas azuis é uma tarefa mais rica, geradora de frutos, e possibilitadora das crianças poderem um dia dizer: “Esta frase que aqui está escrita, sou eu”.
Foi isso que este ano se concretizou na Escola EB 2/3 João Ruiz, em Castelo Branco, com a elaboração dum livro de poesia dos alunos do 6ºA e 6ºD, toda ela elaborada no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa. Um livro denominado “Momentos... poesia”, que resultou dum trabalho coordenado entre as alunas estagiárias Alexandra Freitas, Florbela Gomes, Maria João Fonseca e Sandra Graça, em conjunto com as professoras cooperantes Helena Diogo e Luisa Folgado, e que contou com a colaboração de professoras da ESE, entre elas Maria de Lurdes Barata.
Foi aliás a própria Maria de Lurdes Barata que apresentou o livro numa reunião realizada no início de Julho e que juntou professores, pais e alunos, num momento de poesia em que os alunos ouviram os seus poemas declamados, elevados ao grau de poesia a sério, a fazê-los entender que a poesia é algo ao alcance de todos e não apenas de senhores com milhares de livros e enciclopédias colocadas nas prateleiras em seu redor.
A culpa, essa, é deles, que a escreveram, é de quem os motivou, é da professora Maria de Lurdes Barata que, primeiro participou na sensibilização para o texto poético e, depois, na apresentação do livro, lhes provou porque é que “a nossa amizade vem da partilha da poesia, dum livro encantador que será uma recordação para sempre”. E foi esta viagem de partilha e recordação que aconteceu ao longo de uma hora numa escola do século XXI, numa época em que a televisão e os jogos de computador querem matar a criatividade e os livros.
Mas os alunos foram mais fortes. Como disse uma aluna no seu poema, “a poesia era preta, negra, mas agora é verde. Eu nunca tinha feito um poema”. Talvez os seus colegas também não o tivessem feito, mas nem por isso agora deixaram de escrever que a poesia “é azul... é de todas as cores... é transmitir o que sentimos... é uma forma de nos sentirmos mais livres... é uma realidade transformada em brincadeira... é bela... é mágica... é imaginar todas as palavras e voar pelo mundo inteiro... é um mar de pensamentos”.
E é por a poesia ser tudo isto e por os alunos o terem dito que o livro merece ser lido por miúdos e graúdos, por pais, por professores e por todos os que ainda dão valor à palavra, à arma-palavra que, afinal, está ao alcance de todos. Mas nem por isso a palavra será uma arma para ferir, tal como explicou Maria de Lurdes Barata, ao terminar com o poema de O´Neill onde o poeta explica que “há palavras que nos beijam”. 
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