Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano IV    Nº43    Setembro 2001

Politécnico

ESTG DE PORTALEGRE

A maior do Politécnico

A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Portalegre (ESTG) vai abrir o próximo ano lectivo com cerca de mil e 900 alunos. Um número que torna aquele organismo do Politécnico como o de maior dimensão do próprio Instituto. Apesar de crescente número de alunos nos cursos de engenharia, design e gestão, no período de defeso a ESTG sofreu um golpe nas suas aspirações de tornar ainda mais diversificada a sua área de intervenção. “Apresentámos para aprovação três novos cursos de licenciatura bi-etápica, um relacionado com Segurança Social, outro com fiscalidade e um outro com informática, que não foram aprovados. Quando os apresentámos fizemo-lo com a convicção de que seriam aprovados, tanto mais que já tínhamos tido muitos contactos e muitas procuras de alunos para os cursos em questão, sobretudo no que respeita ao de Segurança Social e ao de Informática”, explica Francisco Tomatas, presidente do Conselho Directivo da Escola.

Apesar da reprovação por parte do ministério, que Francisco Tomatas acredita ter sido dada por problemas orçamentais, a Escola Superior de Tecnologia vai apresentar, novamente, os cursos ao Ministério. “É essa a nossa intenção, até porque já temos verbas no Piddac para aumentar a capacidade da escola”, diz aquele responsável que frisa o facto dos “cursos em causa terem sido propostos devido à necessidade de se formarem pessoas nessas áreas. No caso da Segurança Social, foi o próprio Centro Regional que nos solicitou a sua abertura. O próprio curso de Fiscalidade resulta da ligação entre a vida activa e a escola”.

Com um crescimento significativo, a Escola Superior de Tecnologia é a que apresenta uma maior dinâmica dentro do Instituto. “As estruturas que temos apontam-nos para um crescimento até aos dois mil alunos. Isto significa que esse número será alcançado dentro de um ano. Daí a importância da ampliação da escola, que já está contemplada em Piddac. Isso vai permitir e também para que o Politécnico atinja os cinco mil alunos, que nós cheguemos aos três mil estudantes”. Francisco Tomatas refere que esse aumento passa também por juntar aos oito cursos já existentes, os três que vão ser propostos. “Vamos arranjar ainda mais argumentos que justifiquem a sua abertura”, sublinha.

TRABALHO. Ao nível das saídas profissionais, os alunos da Escola Superior de Tecnologia têm tido uma forte procura. “Durante a sua existência, tem vindo a suprir as necessidades da Região nas suas diferentes áreas de formação. Mas há cursos em que a procura é de facto muito grande e isso verifica-se logo nos estágios, como acontece com o curso de Design. No último ano lectivo, mesmo antes do início dos estágios, todos os alunos estavam colocados. Este facto é também extensivo a outras áreas de formação da Escola”, explica aquele responsável.

Outro dado importante sublinhado por Francisco Tomatas diz respeito ao facto de muitos dos alunos “continuarem a trabalhar nas empresas ou entidades onde fazem os seus estágios. No que respeita à Região de Portalegre os dados que temos apontam que as entidades estão satisfeitas com os alunos aqui formados. No início a maioria dos alunos ficavam na Região, mas agora há muitos que acabam por sair. Isto significa que os que conseguimos dar resposta aos anseios da Região”.

Para o próximo ano lectivo Francisco Tomatas refere que tudo está preparado para o arranque das aulas. O corpo docente é composto por 90 professores, sendo que 40 por cento desse número tem o doutoramento ou o mestrado. Todos os anos somos confrontados com professores que querem progredir os seus estudos, pelo que dentro de alguns anos, o nosso corpo docente seja de 70 por cento com o grau de mestre ou doutores. De resto, essa tem sido um política fomentada por nós”. A aposta em cursos de pós-graduação tem sido outra das políticas seguidas pela escola. “No ano passado fizemos um mestrado em Gestão, que excedeu as expectativas e este ano vamos iniciar um outro na mesma área. A ideia passa por possibilitar a frequência do curso àqueles que no ano passado não conseguiram entrar, e aos próprios alunos que vão acabando aqui as suas licenciaturas”, conclui Francisco Tomatas.

 

 

JOÃO PEDRO DE BARROS NÃO DESARMA

Cursos politécnicos em Aveiro?!

O Instituto Politécnico de Viseu poderá chegar este ano aos nove mil alunos, sendo que mais de sete mil estarão em formação inicial e os restantes estarão em formação contínua ou em mestrados e doutoramentos que funcionam na instituição em parceria com universidades portuguesas e estrangeiras.

Ainda assim, o presidente da instituição, João Pedro de Barros, mostra-se algo preocupado com um conjunto de situações que vão desde os cortes orçamentais até aos novos cursos de cariz profissional anunciados para a Universidade de Aveiro, para os quais não encontra justificação. “Alguns cursos técnicos e profissionais que estão a nascer na Universidade de Aveiro dão a entender que alguém está interessado em criar as condições para fazer formação muito próxima do ensino politécnico, tentando talvez reduzir o espaço de manobra do ensino politécnico”.

O presidente do Politécnico refere que em Portugal já existem escolas profissionais e os politécnicos para fazerem aqueles tipos de formação, e pensa que estes novos cursos sejam “uma manobra de captação de alunos do que uma necessidade propriamente dita de criar novas áreas de formação, pois, as que já existem são suficientes e apenas precisam de ser melhor aproveitadas”.

Mas se em Aveiro surgiram novidades, em Viseu não foi assim, dado que este ano o Politécnico não viu aprovado qualquer curso. “Para mim foi uma surpresa. Estamos numa zona importante de vinhos a nível nacional, dado que abarcamos os vinhos do dão, vinhos verdes, o barosa, os vinhos maduros, vinhos espumantes e vinhos do Porto e propusemos a criação de um curso na área da vitivinicultura”. Mas o curso não foi aprovado, pelo que estranha que “não sejam aprovados cursos nas áreas onde deviam ser criados e que venham a ser criados noutros sítios”.

INVESTIMENTOS. Por resolver ficaram também algumas aspirações do Politécnico de Viseu, nomeadamente ao nível das escolas de Artes, mas ainda assim, está neste momento a ser tratada a possibilidade da passagem da Escola de Enfermagem a Escola de Saúde. Ao mesmo tempo, o Politécnico continua a avançar com o projecto de investimentos que ronda os seis milhões de contos.

Nesse projecto incluem-se mais duas residências de estudantes. Cada uma custará cerca de 211 mil contos e terá capacidade para 100 camas. As duas estruturas ficam situadas no Campus Politécnico e deverão estar concluídas a tempo do próximo ano lectivo, dado que as obras deverão começar antes do Inverno, talvez já no início de Outubro.

Com financiamento garantido está também o novo edifício da Superior de Enfermagem, orçado em cerca de 600 mil contos. Mas os investimentos naquela escola não ficam por aqui, dado que será ainda recuperado o edifício actual, o que custará mais de 90 mil contos. Para estas duas obras já avançou o concurso e espera-se neste momento o culminar da parte burocrática.

Para avançar este ano está também o novo edifício da Superior Agrária, uma obra que custa cerca de um milhão de contos. E enquanto esse edifício não estiver concluído, o que só acontecerá dentro de dois anos, a escola contará com um outro existente na Quinta da Alagoa, no qual serão investidos 90 mil contos e cujas obras deverão estar concluídas no final de Janeiro ou início de Fevereiro do próximo ano.

Finalmente, a quarta fase da Escola Superior de Tecnologia também já começou e tem financiamento garantido ao abrigo do Prodep. No total, serão ali investidos cerca de 500 mil contos, numa área onde nascerão novas salas de aula, auditórios e um restaurante que dará apoio a toda a área desportiva, na qual serão ainda construídos os novos balneários.

Com toda esta dinâmica, João Pedro de Barros só lamenta que se chegue a esta altura do ano e “não existam garantias financeiras para as instituições devido ao corte da ordem dos 6,7 milhões de contos só para o ensino superior”. Por isso, deixa o recado: “Quando qualquer Governo permite que seja retido dinheiro destinado a uma área que é o esqueleto do desenvolvimento de uma sociedade, é algo realmente muito grave. E logo quando o ensino estava numa dinâmica de crescimento grande, arriscando-se a que agora sofra algum colapso”.

 


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