Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano IV    Nº43    Setembro 2001

Destaque

POLITÉCNICO DE PORTALEGRE

Nuno Oliveira abre o livro

O Instituto Politécnico de Portalegre deverá alcançar os 3500 alunos já neste ano lectivo. Facto sublinhado pelo presidente daquela instituição Nuno Oliveira, que considera que esse número representa “um acréscimo significativo relativamente aos últimos dois ou três anos. De qualquer modo era este o crescimento que nós tínhamos perspectivado, para que em 2005 o Instituto pudesse ter cerca de cinco mil alunos”. O aumento do número de alunos está também associado ao desenvolvimento estrutural que o Politécnico de Portalegre tem vindo a fazer e aos investimentos que tem em curso. Ao nível da Escola Superior de Educação, por exemplo, um dos problemas que se lhe colocava nos últimos anos dizia respeito à falta de espaço físico. Um problema que tem várias soluções, e que a curto prazo está resolvido. “Foi assinado um protocolo com a Direcção Regional do Alentejo para que o Politécnico pudesse utilizar seis salas de aula, vários gabinetes e uma sala de informática, no edifício da residência de estudantes do ensino secundário, uma estrutura que estava sub-aproveitada. Ainda numa solução a curto prazo, a ESE vai utilizar, para a área de educação visual e tecnológica, uma grande sala nos serviços centrais”, explica.

Ainda no que respeita à Escola Superior de Educação, Nuno Oliveira revela que a longo prazo há duas soluções que podem afastar definitivamente o problema da falta de espaço daquela escola. “Temos já feito um levantamento topográfico dos terrenos contíguos à Escola Superior de Educação. No caso de um dos terrenos já existe um acordo com o seu proprietário, mas agora surgiu um problema, uma vez que esse espaço não tem ligação directa à ESE, pelo que agora iremos tentar ultrapassar esse obstáculo, no sentido de podermos ter a faixa de terreno que permitirá a ligação à escola”. Além daquela solução, Nuno Oliveira apresenta uma outra, que no seu entender poderá ser mais rápida. “Conseguimos inscrever em Piddac a construção de uma cantina para todos os alunos do Instituto Politécnico. Ora tendo espaço disponível nos serviços centrais, onde poderei instalar a cantina que hoje funciona na ESE, ficarei com espaço livre na própria ESE para salas de aula. Deste modo os alunos do Politécnico ficarão com uma cantina instalada mesmo no centro da cidade”.

ESAE. E se para a Escola Superior de Educação há soluções que vão já avançar neste ano lectivo, em Elvas os investimentos também são grandes. “Neste momento estão a decorrer as obras de recuperação do Hotel Alentejo, que será a residência de estudantes da ESAE. Inicialmente houve um problema com a recuperação do sexto piso, o que nos obrigou a contactar o gabinete de arquitectos. Isso já foi ultrapassado e as obras estão a decorrer em bom ritmo”, diz Nuno Oliveira. A obra está orçada em 300 mil contos, e o presidente do Politécnico gostaria que em 2002/2003 a residência de estudantes já estivesse a funcionar.

Outra estrutura importante que está a ser implementada em Elvas é a construção do novo edifício da Escola Superior Agrária, que passa pela reconstrução do antigo Quartel do Trem. “Tivemos alguns problemas relacionados com o concurso, cujo valor ultrapassava as minhas competências, pelo que o processo teve que ser aprovado pelo secretário de Estado. Daí que neste momento o concurso esteja aberto e a apresentação das propostas deverá ser feita até ao próximo dia 4 de Outubro, sendo abertas no dia 9. Se tudo correr com normalidade vamos conseguir candidatar o projecto ao apoio do Prodep num curto espaço de tempo. De resto, no Piddac nacional já temos dinheiro inscrito para a construção da escola, faltam agora as verbas comunitárias que nos permitam fazer a obra orçada em um milhão de contos”. De referir que a nova escola Superior Agrária de Elvas vai ter capacidade para cerca de 500 alunos e neste momento é uma das obras prioritárias ao nível do Politécnico de Portalegre.

CURSOS. No capítulo de novos cursos, Nuno Oliveira não se mostra muito satisfeito com a resposta dada pelo Ministério da Educação, às propostas de novos cursos. “Apresentámos, através da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, três novos cursos nas áreas da Segurança Social, Fiscalidade e engenharia informática. Não nos deram qualquer justificação para a reprovação desses cursos, mas vamos apresentá-los novamente já para o próximo ano. De qualquer modo, tenho esperanças que eles sejam aprovados para o ano lectivo 2002/2003”. Nuno Oliveira refere mesmo que para a Escola Superior de Tecnologia e Gestão foi inscrita em Piddac uma verba de 50 mil contos para ampliação da ESTG e para o equipamento de laboratórios. “Investimento que está relacionado com o tal curso de engenharia informática. Por isso estamos confiantes que na aprovação desses novos cursos”.

Durante o último ano lectivo registou-se também a integração da Escola Superior de Enfermagem no Instituto Politécnico. Uma mais valia que para já não se irá traduzir na abertura de novos cursos. “Neste momento a Enfermagem tem cursos de formação complementar e licenciaturas na área da enfermagem. Aquilo que se verifica é que a escola está com grandes problemas ao nível orçamental, pelo que o importante é dotá-la de melhores condições de funcionamento”. O presidente do Politécnico lembra que “vamos colocar a funcionar o refeitório da escola. Além disso, definimos também as bolsas de estudo aos alunos, oferecendo-lhes alojamento idêntico ao dos outros alunos do Instituto, e disponibilizámos técnicos para colocarem em funcionamento a biblioteca da escola e os meios informáticos adequados”, frisa.

A política do Politécnico de Portalegre passa assim por dotar a “escola de enfermagem de melhores condições, em vez de pensarmos na sua expansão imediata”. Ainda assim, Nuno Oliveira lembra que está na secretaria de Estado a proposta da abertura de uma Escola de Saúde, em Elvas, que será o prolongamento da actual escola de enfermagem. Trata-se de uma escola de saúde transfronteiriça, que visa um intercâmbio entre o Politécnico e as entidades universitárias e clínicas espanholas. Do lado de lá da fronteira há disponibilidade para que isso venha a ser feito”. De resto, a cooperação transfronteiriça é outra área em que o Politécnico de Portalegre tem investido. “A comprovar essa dinâmica, em Novembro vamos realizar um encontro, com a Universidade de Córdoba, aqui em Portalegre”.

ASSOCIAÇÃO. Uma das apostas do Instituto Politécnico de Portalegre tem sido a sua aproximação com a comunidade da área em que está inserido. Vários projectos foram implementados, como sejam a criação de um Orfeão do Politécnico e a constituição de uma Associação de desenvolvimento. “Esperemos que, por exemplo, ao nível do Orfeão, ele possa ser convidado a actuar para a comunidade extra-escolar, divulgando o nome da instituição e a região que também representa”, refere. Mas a grande aposta do IPP, nesta matéria, foi mesmo a constituição da Associação de Desenvolvimento Regional. “Neste momento vamos estudar quais os limites de actuação que esse organismo pode ter na região. Se as negociações com os outros parceiros correrem bem, penso que a Associação pode ter um impacto de grande dimensão. Caso contrário, a Associação terá que ficar pelas instalações do Instituto Politécnico de Portalegre, expandindo-se dentro do possível”.

A Associação de Desenvolvimento Regional, que poderá vir a ter como parceiros as fábricas dos Cafés Delta e a Robinson. “Em meu entender aquele organismo deve ter uma perspectiva de funcionamento como se de uma empresa privada se tratasse. Há várias áreas que podem vir a ser intervencionadas pela a associação, como a informática, POC educação, Pocal, página web, etc. Neste momento as solicitações são muitas, daí a importância deste projecto”, sublinha Nuno Oliveira.

ESTRUTURAS. Nos últimos anos o parque desportivo do Instituto Politécnico de Portalegre teve um crescimento significativo e hoje os alunos da instituição, já podem usufruir de espaços que convidam à prática de diversas modalidades. Facto que também é sublinhado por Nuno Oliveira. “Até 1999 as estruturas eram quase inexistentes. Hoje temos dois polidesportivos, um dos quais junto à residência de estudantes e outro na ESTG, um court de ténis e um campo de futebol de 11”. O presidente do Politécnico frisa mesmo que o primeiro polidesportivo foi pago com verbas “provenientes das propinas do alunos”. Para Nuno Oliveira, com aquelas infra-estruturas, “os alunos terão hipótese de praticarem o desporto a que têm direito”.

Outro dos aspectos que o Instituto Politécnico deu resposta refere-se ao alojamento dos alunos. “Através do protocolo com a Direcção Regional de Educação do Alentejo conseguimos instalar uma residência feminina, de 50 camas, no edifício onde está instalada a residência do ensino secundário. Além disso, fizemos uma reconstrução, com funcionários do Instituto, do 1º andar da antiga Casa de Saúde de Portalegre, para aí instalarmos um residência com mais 50 camas”. A acrescentar àqueles espaços, Nuno Oliveira adianta que “foi feito também o aluguer de andar duplo, onde vão ser instaladas mais 20 alunas. Ou seja, em Portalegre passámos de uma capacidade de alojamento para 200 alunos, que são os da residência, para mais 120, com a possibilidade de esse número ser aumentado em mais 20, pois ainda temos um contrato com a Movijovem. Se a estes números acrescentarmos os quatro apartamentos já arrendados em Elvas, ficaremos para uma capacidade para o próximo ano lectivo para 360 alunos. Ou seja aumentámos a nossa capacidade de alojamento em 80 por cento”.

Aquelas soluções são, no entanto, consideradas como curto prazo. Nuno Oliveira pretende construir residência académica. “Para o Piddac de 2002 já existe uma verba simbólica para que essa estrutura seja feita e que vai permitir que além dos alunos lá sejam alojados técnicos e docentes. Para essa residência, de 240 camas, a autarquia já cedeu um terreno”.


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