Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano IV    Nº44    Outubro 2001

Universidade

APRESENTAÇÃO OFICIAL REÚNE VÁRIAS ENTIDADES

Medicina já arrancou

“Um dos melhores projectos de desenvolvimento regional levado a cabo nos últimos anos”, foi assim que o reitor da UBI, Santos Silva, descreveu a concretização do primeiro dia da Licenciatura em Medicina na UBI, no discurso que proferiu perante um auditório cheio, no pólo que vai albergar provisoriamente a Faculdade de Ciências da Saúde.

A licenciatura em Medicina funcionará com um modelo inovador de ensino, apoiado nas novas tecnologias e numa componente prática, agrada aos alunos que escolheram a UBI para se tornarem médicos. A possibilidade de iniciar o contacto com os pacientes logo no primeiro ano da licenciatura, bem como o método de ensino inovador levaram Miguel Rato, de Santarém, a escolher a UBI como segunda hipótese. Como é de Santarém, Miguel escolheu em primeiro lugar Lisboa “Por ser mais perto de casa”, disse. Mas o facto de ter ingressado na UBI constituí uma grande mais valia para a sua formação. “O método de aprendizagem e avaliação é melhor do que em outras faculdades”, refere. Através da apresentação da licenciatura feita durante a parte da manhã, Miguel conclui que o curso está estruturado de forma “espectacular”.

Além do contacto contínuo que terão com os pacientes, através dos protocolos de colaboração com Hospitais e Centros de Saúde da região, logo a partir do terceiro ano, “o que nos permite encarar os doentes como pessoas e não como casos”, sublinha Miguel Rato, é também positiva a “avaliação bidimensional que funcionará entre alunos e docentes”, defende. Na generalidade, resume o estudante, “O formato do curso agrada e vai permitir encarar de forma agradável o futuro”.

Duas razões de peso que tornam esta licenciatura diferente e inovadora, não só pela componente de novas tecnologias com que os alunos vão trabalhar, mas também, como explicou a directora do Gabinete de Educação Médica, Montserrate Fonseca, “pela integração entre todas as disciplinas, quebrando as tradicionais fronteiras artificiais das disciplinas”.

RELACIONAMENTO. Além destas características, a Licenciatura em Medicina sublinha a “compreensão da dimensão ética do acto médico” e pretende dinamizar a componente de “trabalho em equipa”.

A formação contínua necessária numa profissão ligada à saúde não será esquecida. Nesse sentido, os alunos seguiram um “modelo pedagógico orientado para a auto-aprendizagem”. Assim, o método será centrado no estudante para que a “participação activa do aluno permita um maior desenvolvimento das suas capacidades de raciocínio, de auto-aprendizagem e de auto avaliação”, explica a Professora. “Uma prática para aprender a enfrentar as situações quotidianas”.

Montserrate Fonseca sublinhou o desafio que constitui para todos, “alunos, docentes, universidade e região”, desafio esse cujo sucesso dependerá de todos os que estão “envolvidos neste projecto”. A professora referiu ainda um aspecto particular na avaliação que não se dirige exclusivamente aos alunos, mas também “aos docentes, ao Gabinete de Educação Médica e à instituição que serão constantemente avaliados”.
A investigação como formas de aprendizagem continuada também não foi esquecida e encontra-se já em preparação, como explicou.

MESTRADO. Segundo Luís Taborda, presidente do Departamento de Ciências Médicas, “a área de investigação e pesquisa inovadoras e de vanguarda de forma a responder às necessidades da Saúde em Portugal”. A componente de investigação incidirá em áreas básicas e clínicas como a genética, a imunologia, as neurociências e as funções cardiovasculares. Luís Taborda salientou ainda o ensino pós graduado, cujo primeiro mestrado na UBI, em Imunologia Clínica, começou a 12 de Outubro. “os médicos do século XXI têm de saber relacionar-se com as pessoas”, concluiu. Já Jorge Perecheira, representante do ministro da Educação, dirigiu-se também aos novos alunos de Medicina, salientando este dia como o início de uma construção para “garantir o direito à saúde e à preservação desse bem através do Estado”. A instalação da Faculdade de Ciências da Saúde contribui também para “reduzir as assimetrias existentes entre Litoral e Interior”, representando esta nova licenciatura um papel “polarizador e dinamizador no desenvolvimento regional”.

Jorge Perecheira dirigiu ainda uma palavra aos futuros médicos, salientando a responsabilidade que está nas suas mãos, uma vez que não devem esquecer “os candidatos que por pouco ficaram de fora” e deixou os votos para que “a curiosidade e inquietação científica” nunca os abandone ao longo da licenciatura e do exercício da profissão. Os caloiros foram abençoados pelo Padre José Geraldes que representou D. António dos Santos, Bispo da Guarda e pelo Padre Luciano, capelão da Universidade, através de uma oração onde se pedia aos alunos humanidade, no futuro exercício da profissão de médicos.

Estiveram presentes na cerimónia várias entidades ligadas à área da saúde, à educação, à UBI e à região, entre os quais se encontrava Massano Cardoso, representante do Conselho Regional da Ordem dos Médicos, João Casteleiro, presidente da Comissão Instaladora do centro Hospitalar da Cova da Beira, Alzira Serrasqueiro, governadora Civil do Distrito de Castelo Branco, e ex-directora da Sub-região de Saúde de Castelo Branco, representantes de várias faculdades, os Vice-Reitores da UBI, Luís Taborda, presidente do Departamento de Ciências da Saúde, José Miguel, presidente da Associação Académica da UBI entre outros.

Ana Maria Fonseca

 

 

 

ALTERAÇÃO DO CÓDIGO DA PRAXE

Pin's obrigatórios

O código que rege a praxe na UBI foi alterado, com o objectivo de identificar o desrespeito das regras e regularizar a praxe académica. Assim, a partir de agora, quem cometer, assistir ou for vítima de uma praxe considerada abusiva, pode ser presente ao Tribunal de praxe e responder perante um Fórum Veteranum, órgão que será responsável pelo cumprimento do código da praxe.

Este fórum é constituído por todos os veteranos da UBI, e presidido pelo Imperatorum. Abaixo do Imperatorum estarão os Senatorum praxis, alunos nomeados pelo Imperatorum, um por cada área científica para poderem assim estar mais próximos de possíveis problemas no seio de cada Unidade Científico Pedagógica.

A hierarquia também foi alterada. Para evitar a confusão entre os graus de “Doutor” e “Engenheiro”, aplicado aos estudantes possuidores de três matrículas, a partir de agora, todos os alunos da UBI com três matrículas passarão a ser chamados de “Mestres”. A partir das quatro matrículas para as licenciaturas com duração de cinco anos lectivos, os alunos da UBI tornam-se Grão Mestres e posteriormente Veteranum.

Quem tem mais de cinco matrículas torna-se Consulum, e caso seja eleito pelo Imperatorum, passam a Senatorum, um representante da sua área científica. O Imperatorum torna-se a autoridade máxima, havendo ainda o Praxis Imperatorum, um cargo honorífico dado a todos os antigos Imperatoruns, desde que não tenham sido expulsos ou pedido demissão.

Com esta alteração criou-se, segundo Paulo Castro, actual Imperatorum desta Academia e aluno da Licenciatura de Engenharia Aeronáutica, “um documento e um órgão a que as pessoas podem recorrer”. As tradicionais convocatórias que os alunos de três ou mais matrículas podiam fazer aos caloiros são agora proibidas.

Os estudantes da UBI que tenham o grau de Mestre, podem apenas praxar dentro da Universidade e até três caloiros simultaneamente. Os Grão Mestres estarão habilitados a praxar dentro da UBI, em locais públicos e debaixo de telha, desde que não seja dentro de casa.

HIERARQUIA. Relativamente ao traje académico, quem o usar tem supremacia em termos de praxe mas só perante um aluno com o mesmo número de matrículas. Segundo Paulo Castro, o Imperatorum, esta supremacia é uma forma de “fomentar o uso do traje”.

A partir de agora é obrigatório o uso de pin’s no casaco do traje, que mostram o grau que o aluno tem. O primeiro pin é o de Mestre e, consoante o aluno vai tendo mais matrículas, vai usando os outros pin’s dos graus seguintes, ou seja, primeiro Mestre, depois Grão Mestre, em seguida Vetreranum e sempre por esta ordem crescente consoante o número de matrículas. Para o actual Imperatorum, esta pode ser uma forma eficaz de evitar, por exemplo, que “os lacaios trajados praxem caloiros”.

Ana Maria Fonseca

 

 

 

IMAGO REÚNE CENTENAS

Odisseia volta em 2002

O Festival Imago 2001, “Odisseia cinematográfica”, reuniu durante uma semana nomes consagrados do panorama internacional numa abordagem sóbria que agradou a todos aqueles que gostam de bom cinema. Os convidados mostraram-se encantados com a cidade, com a hospitalidade e com o festival, uma oportunidade de mostrar os seus trabalhos que só ganham visibilidade em festivais como este.

Na grande tela projectaram-se 15 sessões de cinema onde foram exibidas 140 películas. Entre as competições internacionais, a retrospectiva Phil Molloy, a prospectiva Javier Fesser, a apresentação de curtas metragens nacionais, o humor japonês em “One Piece”, o programa “Curtas Metragens, Grandes Realizadores” e a secção “Short and Sweet”, os espectadores mais ávidos podiam ainda escolher entre centenas de filmes de vídeo nacionais e estrangeiros que se encontravam disponíveis no espaço do Teatro- Cine.

A competição Veejay que se realizou nas noites de Quinta e Sexta feira na discoteca &Companhia, também reuniu alguns adeptos de música (e imagem) de dança, mas foi a festa MCM, patrocinada pelo canal de música francês que lotou a discoteca.

Pedro Ramos, director do Festival, mostrou-se satisfeito com a iniciativa e promete voltar em 2002 com um programa já em preparação.

Ana Maria Fonseca

 


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