ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA
DE ELVAS
Mais de um milhão a
investir

A Escola Superior Agrária está empenhada em aumentar o seu número de alunos de 135 para cerca de 500. Para isso em muito vão contribuir os investimentos que o Instituto Politécnico de Portalegre está a realizar. Mais de um milhão de contos é a verba destinada à recuperação do antigo quartel do Trem, que se transformará na sede da Escola Superior Agrária, enquanto que para a nova residência de estudantes serão gastos mais 300 mil contos, em obras que transformarão o antigo Hotel de Elvas, localizado bem no centro da cidade, numa residência com cantina incorporada.
Perante este cenário, Gonçalo Barradas, presidente do Conselho Directivo da Superior Agrária, refere que “a escola tem mesmo que crescer, até para justificar o que tem sido investido nela. O número limitado de alunos resulta das limitações que a escola tem no capítulo das instalações, e também do facto, que é nacional, da diminuição do número de candidatos ao ensino superior. Vamos trabalhar de forma a inverter esse ciclo, de forma a atingirmos um patamar de 400 ou 500 alunos”.
No entender de Gonçalo Barradas esse trabalho, passa por fazer propostas de novos cursos, o que já está a ser preparado ao nível do Conselho Científico. Cursos que estarão relacionados com as áreas do ambiente e da assistência veterinária. Mas os cursos de pós-graduação, com título académico, não está afastada. “Caso, com base na Declaração da Bolonha, haja alteração na lei de bases do ensino, que nos permita ministrar o grau de mestre, caso contrário teremos que procurar parceiros universitários, como a Escola de Engenharia Agrária, da Universidade da Extremadura. Mas essa não é a prioridade imediata, pois essa não é a carência dos nossos profissionais. A carência passa por outras formações pós-graduadas, mas que não atribuam títulos académicos. E nesse sentido nós temos feito cursos dentro dessa perspectiva e ainda este ano vai arrancar um curso de operadores de máquinas agrícolas”.
A ligação à comunidade tem sido outro dos objectivos da Escola Superior Agrária. “Na Região existe um conjunto de agricultores e empresários agrícolas muito bons. Facto que torna as nossas relações com eles mais fáceis. Mas há outra faixa em que essa ligação se torna mais difícil”. Mas a aposta imediata da Agrária passa pela conclusão das novas instalações. “Acredito que no primeiro semestre de 2002 vai ser assinado o contrato da empreitada do Quartel do Trem, pelo que a meio de 2004 o edifício esteja pronto. Relativamente ao Hotel Alentejo, a obra que o vai transformar em residência de estudantes e cantina, já está a ser feita, pelo que esperamos que no próximo ano lectivo já esteja a funcionar”.
Para o presidente da ESA o mais urgente é a construção das novas instalações da Agrária, no Quartel do Trem. “Eu preferia que tivéssemos o processo mais avançado do quartel do trem, e mais atrasado no Hotel. Isso iria possibilitar de facto o crescimento da escola. De qualquer modo, com a nova residência os estudantes ficam com condições de grande qualidade”. Outra aposta da Superior Agrária passa pela utilização de uma herdade para as disciplinas práticas. “Tentámos aproveitar uma herdade que é do Estado, em Vila Fernando, que já pertence ao Estado, mas que através de um protocolo possa vir a ser utilizada por nós”.

ALFREDO PENEDA, ALUNO DA
ESA DE ELVAS
Primeira escolha

Chama-se Alfredo Peneda, tem 21 anos e é natural de Mondim de Basto. Desde 1998 que é aluno da Escola Superior Agrária de Elvas, e encontra-se a concluir o bacharelato em Engenharia Agrária. Além disso, é também vice-presidente da Associação de Estudantes e é membro do Conselho Directivo da Escola, como representante dos alunos. Uma experiência que considera positiva, “pois tento colocar e resolver os problemas dos alunos. Já na Associação tenho mais trabalho, mas em ambos os lados faço as coisas com gosto”.
A sua entrada para a Escola Superior Agrária de Elvas foi uma primeira escolha. Até porque, como explica, “quando concorri estava a cumprir o serviço militar obrigatório, pelo que só fiz as provas específicas de Biologia e química, ou seja as que eram solicitadas pela Escola Agrária”. Alfredo Peneda, filho de agricultores, lembra que quando veio para Elvas espereva “encontrar um meio maior. Mas depois gostei, fiz amigos, e hoje estou a acabar o bacharelato tendo que apresentar o trabalho final, e fico cá mais tempo do que seria normal”.
O seu contacto com a agricultura já vem de novo e mesmo antes de ingressar na Superior Agrária, esteve numa Escola Técnico-Profissional de Gestão Agrícola. Hoje, três anos depois refere que “o curso correspondeu às expectativas que tinham sido criadas, embora gostasse de ter tido a disciplina de Analogia, o que deverei ter na licenciatura”. E é precisamente a licenciatura que poderá levar para longe de Elvas. “Gostava de ingressar na licenciatura de eng. Horticultura/Paisagista, mas em Elvas esse curso não existe. Por isso poderei ter que ir para Ponte de Lima”. Quando concluir a licenciatura, Alfredo Peneda espera poder “trabalhar numa área de acompanhamento aos agricultores”, pois como lembra “se puder fugir ao trabalho de secretária tanto
melhor”.

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