DIAS DA UBI
UBI ao encontro da
Comunidade
A Universidade da Beira Interior abriu as portas ao mundo exterior de 13 a 15 de Março e recebeu a visita de mais de três mil alunos do ensino básico e secundário, provenientes de 15 concelhos do país, que visitaram as instalações da universidade e puderam ver de perto o ambiente académico da UBI. Os dias da UBI, que já duram há quatro anos, têm como objectivo dar a conhecer a universidade à comunidade não universitária.
Este ano, a universidade conseguiu atrair escolas fora da área geográfica da Beira Interior, tais como a de Loures e Santa Comba Dão. “Isto revela que a universidade está cada vez mais a espalhar a sua imagem por esse País fora pois, obviamente, nós somos uma universidade nacional e não regional”, afirma Mário Raposo, vice-reitor da UBI.
Uma das novidades este ano foi a mascote Estrelinha. Um símbolo criado com o intuito de representar o ambiente académico, a universidade e a Serra de Estrela. “Além do emblema da UBI conseguimos criar uma simbologia atractiva neste boneco. Ele engloba as cores da universidade, o seu nome está ligado à Serra da Estrela e a prancha de snowboard lembra a neve da região”, explicou Mário Raposo.
O curso de Medicina, a abrir no próximo ano lectivo, suscitou grande curiosidade nos alunos. Todos queriam saber coisas relacionadas com o acesso ao curso e com o local de funcionamento. Mas o que mais agradou os alunos nesta visita foi o mundo das tecnologias. Daí que os Departamentos de Física, Química e o Centro de Recursos e Aprendizagem,
CREA, fossem os mais visitados.
Rui Silveira, aluno do 12º ano veio de Portalegre para visitar a UBI. No fim da visita confessou que, apesar de não pretender seguir estudos, ficou muito impressionado com o que viu. “Gosto muito de informática, mas o que mais me fascinou nesta universidade foi o CREA. Aquele mundo da televisão e toda aquela tecnologia é fantástico”, confessou.
Os dias da UBI começaram a ser publicitados junto das Escolas há quatro meses. E a adesão a esta iniciativa foi grande porque eventos deste tipo são muito importantes “para dar a conhecer a universidade. Mostrar que a universidade não está só em Lisboa, Coimbra ou no Porto. Aqui também temos e à que aproveitar”, declarou Fernanda Marques, professora na Escola EB 2,3 Pêro da Covilhã.
Depois de três dias de visitas esta iniciativa terminou da melhor maneira. “O balanço é extremamente positivo. O número de alunos que visitaram a universidade este ano aumentou muito em relação ao ano anterior. Uma iniciativa com grande êxito que nos leva a pensar já no próximo ano”, adiantou Mário Raposo, para quem a colaboração com a Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) e os seus núcleos de estudantes foi uma peça fundamental no sucesso da iniciativa.
“Os Dias da UBI são a principal aposta desta instituição no que diz respeito à política de marketing da universidade. Paralelamente a esta iniciativa interna decorrem visitas às escolas secundárias com o objectivo de divulgar o nome e a imagem da universidade”, concluiu aquele responsável.
ACÇÃO DE FORMAÇÃO
PARA PROFESSORES
A disciplina positiva
Juan Castro Posada, docente da Universidade de Salamanca, esteve este mês na Universidade da Beira Interior, onde dissertou sobre os factores que levam a atitudes violentas na sala de aula. Um tema actual, já que “no ano lectivo de 1998/99, os dados oficiais apontam para cerca de dois mil casos de professores vítimas de violência por parte dos alunos”, refere Carlos Costa, do Sindicato dos Professores da Zona Centro, que organizou a iniciativa.
O encontro contou com mais de uma centena de professores, do ensino pré-escolar ao superior, a quem Castro Posada referiu que “quem está exposto a uma cultura violenta tende a adquirir esta cultura. A sociedade actual não educa mas sanciona”. Ora, muitas vezes há ambientes familiares violentos e, por isso, é necessário adoptar outra atitude em relação aos comportamentos violentos. “Os conflitos não podem ser resolvidos de forma impulsiva ou defensiva”.
Segundo a teoria da Disciplina Positiva, o papel do professor é estar pronto para ajudar o aluno, encarando a autoridade como uma forma de liberdade e não de poder. Assim, a disciplina positiva “é um programa, um conjunto de actividades suportado por um conjunto de atitudes dos educadores (pais e professores) que orientam o aluno da melhor forma para atingir os objectivos da formação, tanto académica como pessoal e social”.
Castro Posada refere ainda que “os professores devem adoptar esta disciplina partindo da sua valorização pessoal a fim de estarem melhor preparados para enfrentar os problemas de violência. A auto-estima conduz à auto disciplina, mas requer uma formação contínua e permanente dos professores, ou seja, passar da mentalidade da sanção para a da acção”, afirma.
O problema mais actual é que a preparação dos professores para lidar com a violência é muito reduzida. Neste sentido, “seria interessante que todos os estabelecimentos responsáveis pela formação de professores assumissem, como parte da formação, o acompanhamento pessoal e o desenvolvimento de técnicas de âmbito psicológico que lhes permitam manejar possíveis confrontos de forma mais positiva”, conclui Castro Posada.
O tema desta acção de formação bem como de mais áreas de investigação ligadas à violência serão a matéria de um livro a publicar no mês de Maio, da autoria de Juan Castro Posada em parceria com João Pires. O título da obra será “Mais Além da Violência a Disciplina Positiva”, um manual para os
professores.
Ana Maria Fonseca
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