GUARDA
Protestos serenos
O dia de luto decretado pelos Institutos Politécnicos nacionais foi aproveitado pelo Instituto Politécnico da Guarda para reflectir sobre o actual estado do ensino em Portugal. Pode mesmo dizer-se que 14 de Março foi um dia calmo no IPG. Apesar de não ter encerrado as suas portas, o Politécnico suspendeu toda a actividade lectiva e administrativa, como forma de protesto contra ao que o seu presidente, Jorge Mendes, rotula como um «cerceamento da capacidade de afirmação, desempenho e desenvolvimento do Ensino Superior Politécnico».
O dia de luto foi aproveitado pelo IPG, para debater com alunos, funcionários e professores os aspectos que têm vindo a afectar a vida do ensino superior. Recorde-se que o protesto do passado dia 14 foi classificado pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), como uma forma de luta contra a decisão do Governo de criar institutos universitários nas mesmas áreas geográficas dos institutos politécnicos já existentes. Facto que no entender do líder do politécnico da Guarda é um “atropelo à lei em vigor e que significa, na prática, um aumento injustificado da despesa pública».
Jorge Mendes referiu mesmo, em conferência de Imprensa, que “a criação de novas instituições vocacionadas para as mesmas áreas de formação põe em causa a consolidação das mesmas».
RESPOSTA. Em resposta ao protesto feito pelos Institutos Politécnicos, o Ministério da Educação, classifica-o de “ridículo” e “patético”, pela voz do secretário de Estado do Ensino Superior, e de “reacção desproporcionada”, através do ministro Augusto Santos Silva. Argumenta o ministro, em declarações à Agência Lusa, que não compete ao conselho dos politécnicos pronunciar-se sobre iniciativas do domínio universitário. Tanto mais que aprovada está apenas a criação do Instituto Universitário de Viseu, não existindo mais do que hipóteses e rumores em relação aos de Bragança e Alcobaça.
Esses rumores decorrem, segundo Augusto Santos Silva, de um equívoco, porque não há uma decisão de criar novos institutos universitários, mas apenas um estudo que visa avaliar se existem necessidades de formação universitária que não estão a ser cobertas. Também o secretário de Estado José Reis alicerça o protesto dos politécnicos “numa dedução desproporcionada, disparatada do que é a política do governo para o
sector”.
GUARDA
Formar para criar
O Instituto Politécnico da Guarda está a promover vários colóquios integrados nas jornadas de empreendimento «Formar para Criar». De acordo com o programa, a iniciativa teve início no passado dia 21 de Março, onde foram debatidos, entre outros temas, os estudos de mercado, planos de negócios e a viabilidade do projecto e da empresa. Ainda nesse dia foram abordadas as tipologias de sociedades comerciais, como as sociedades por quotas, unipessoal por quotas e anónimas.
Tendo o auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e os serviços centrais como espaços nobres, a iniciativa prossegue no próximo dia 4 de Abril. Para essa data, e segundo o programa divulgado pela organização, será debatido o tema logística e procedimentos para a formação de uma empresa. Um tema onde cabem questões pertinentes sobre os centros de formalidades de empresas, a denominação de pessoa colectiva, escritura pública, registo comercial, entre outros.
Para 16 de Maio está prevista a última parte das Jornadas. Desta vez o colóquio realiza-se nos Serviços Centrais e não no auditório da Superior de Tecnologia e Gestão. O tema em cima da mesa, «incentivos à criação de empresas e do próprio emprego», servirá de mote para se esclarecerem diversas questões sobre os Quadros Comunitários de Apoio, e outros incentivos do Estado às empresas. Nessa mesma tarde será ainda abordado o ciclo de vida de uma empresa, sobretudo no que respeita aos seus primeiros três anos de vida.
DESPORTO. O Centro de Treino e Animação Desportiva do Instituto Politécnico da Guarda realizou, no início do mês de Março, uma acção de formação subordinada ao tema «gestão de uma piscina, uma aposta de qualidade». A iniciativa destinou-se aos técnicos e dirigentes de escolas e clubes de natação, profissionais de educação física e aos estudantes da área de educação física e desporto.
Pedro Sarmento, da vice-presidente da Associação do Gabinete de Desporto do Porto, e Vitorino Beleza, director do Centro de Estudos da Água e docente no Instituto Superior de Engenharia do Porto, foram os prelectores escolhidos. O primeiro abordou os tema «as piscinas como factores de desenvolvimento sócio-político» e «os factores de risco na gestão de uma piscina». Vitorino Beleza falou sobre «o controlo da qualidade da água e do ambiente das piscinas» e «a qualidade dos serviços na rentabilidade de uma piscina». Com esta iniciativa, que decorreu nos Serviços Centrais, o Politécnico prosseguiu a política de abrir as suas portas à
comunidade.
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