Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano IV    Nº37    Março 2001

Destaque

CASTELO BRANCO

Mestrado em ambiente

O Instituto Politécnico, a Universidade dos Açores e a Universidade da Extremadura (Espanha) vão realizar um curso de mestrado, em Castelo Branco, na área do ambiente. Segundo o Ensino Magazine apurou aquela pós graduação poderá avançar já no próximo ano lectivo, e deverá ser ministrada na Escola Superior Agrária. “Neste momento o projecto está completo e estamos a estudá-lo com a Universidade dos Açores, pelo que esperamos que o curso avance no próximo ano lectivo”, explica Valter Lemos, presidente do Politécnico de Castelo Branco. “Agora gostaríamos que a Universidade da Extremadura se juntasse a este projecto, uma vez que apresentámos, no âmbito do Programa Comunitário de Apoio – Interreg, diversos pré-projectos para financiamento, entre eles um de desenvolvimento de pós-graduações, que envolvem outras instituições superiores, como a Universidade da Beira Interior, Politécnico de Portalegre e Universidade de Évora, entre outros”.

A participação da Universidade da Extremadura naquele curso de pós-graduação ficou mais próxima depois do acordo assinado, no passado dia 21 de Março, entre aquela universidade espanhola e o Politécnico de Castelo Branco. Um protocolo que vem legitimar muitas das acções conjuntas que vinham sendo desenvolvidas pelas duas instituições. “Mesmo antes da assinatura deste acordo, existiram diversas formas de colaboração entre a Universidade da Extrema-dura e nós. Exemplo disso foi o Congresso Internacional sobre Ambiente, que se realizou no ano passado na Escola Superior Agrária. Actualmente está a ser feito um trabalho sobre literatura infantil, que envolve a Escola Superior de Educação, e que resultará num seminário e numa exposição internacional”, adianta Valter Lemos.

O desenvolvimento de projectos de pós-graduação é uma das componentes do Programa de Apoio Interreg. Daí que Valter Lemos considere que além daquele mestrado relacionado com o meio ambiente, “outras acções poderão surgir, nas áreas da agricultura e educação, onde estamos mais avançados, mas também poderemos avançar no campo das tecnologias. Isto a curto prazo, já que a médio prazo esperamos que estas acções tenham impacto nas áreas da gestão, das artes e da saúde”.

Para o presidente do Politécnico, o protocolo agora assinado vai permitir avançar com outros projectos, como o intercâmbio de docentes e de alunos. “É um aspecto importante, que com outras instituições se tem revelado positivo. Por exemplo, para a Universidade de Salamanca há uma professora da ESE que vai leccionar um semestre. É isso que queremos que também aconteça com a Universidade da Extremadura, já que temos a intenção de arrancar com o curso de Português/Espanhol, na ESE. Por outro lado, queremos desenvolver a mobilidade dos próprios alunos, pois há áreas de ensino que são muito comuns às duas instituições”, refere. A título de exemplo, Valter Lemos sublinha o intercâmbio de alunos com instituições da Húngria, Bélgica e França, entre outros.

PROTOCOLO. Um dos principais objectivos do protocolo, assinado entre a Universidade da Extremadura (Espanha) e o Instituto Politécnico de Castelo Branco, passa por fomentar o intercâmbio de docentes, alunos, investigadores e pessoal não docente entre as duas instituições de ensino. Mas o acordo permitirá também o desenvolvimento de projectos comuns, no âmbito do programa europeu de financiamento - Interreg e não só.

Por outro lado, o protocolo vem permitir, institucionalmente, a colaboração de docentes dos dois organismos nas publicações científicas que vierem a ser editadas. Outro dos objectivos do acordo agora assinado passa por aproveitar os recursos bibliográficos de cada uma das instituições, pelo que será desenvolvido um programa específico com vista à informatização dos recursos existentes.

O protocolo, que tem a duração de cinco anos, integra também a promoção de projectos de investigação comuns, sobretudo se estiverem relacionados com a região transfronteiriça afecta às duas instituições, de forma a poderem ser apresentadas a instituições regionais, nacionais e comunitárias.

 


Portalegre em força

Os cursos de Verão, promovidos pelo Instituto Politécnico de Portalegre poderão vir a ter uma organização conjunta com a Universidade da Extremadura. Pelo menos essa foi uma das hipóteses levantadas na reunião realizada entre os responsáveis dos dois institutos, no último mês de Fevereiro. Caso se venha a confirmar a organização conjunta, que resulta do protocolo de cooperação existente entre os dois organismos, os cursos de Verão poderão decorrer em localidades transfronteiriças como Cáceres, Badajoz, Mérida, Portalegre e Marvão. Entretanto, já este mês foi realizada uma reunião entre responsáveis pelas duas instituições, de forma a definirem quais os projectos comuns que deverão candidatar ao Interreg III.

 

 

 

REITOR DA UNIVERSIDADE DA EXTREMADURA SATISFEITO

Ensino sem fronteiras de língua

O reitor da Universidade da Extremadura, em Badajoz, está optimista quanto à concretização do protocolo assinado com o Politécnico de Castelo Branco. Um acordo que para Ginés Salido Ruiz vem dar continuidade às iniciativas comuns que têm sido desenvolvidas. “Antes deste protocolo já existia um movimento académico entre as duas instituições, pelo que este acordo vem apenas regularizá-lo. Mas nós queremos que ele se alargue a outras áreas, pelo que o êxito do acordo está assegurado”, explica.

Além de Castelo Branco, a Universidade da Extremadura tem protocolos de cooperação com outras instituições de ensino superior portuguesas, casos do Politécnico de Portalegre, Universidade de Évora e algumas universidades privadas portuguesas. Por isso, Ginés Salido Ruiz considera que na educação não existem fronteiras e que quando elas aparecem, provêm “da língua e da cultura dos países. Mas entre Portugal e Espanha, apesar de falarmos línguas diferentes, culturalmente somos muito parecidos”. O aumento do número de alunos portugueses na Universidade da Extremadura vem confirmar também que “neste caso concreto nem a língua é uma fronteira”. 

De acordo com Ginés Salido Ruiz, “a maioria dos estudantes portugueses frequentam as licenciaturas de veterinária e medicina. Recentemente os candidatos portugueses começaram também a manifestar interesse em comunicação audio-visual”. O Reitor da Universidade da Extremadura lembra, no entanto, que os estudantes daquela região espanhola poderão interessar-se por estudar no Politécnico de Castelo Branco, como nas escolas Superior Agrária e de Tecnologia, que “são estabelecimentos de ensino muito fortes”.

No que respeita ao intercâmbio de alunos previsto no protocolo assinado, Ginés Salido Ruiz lembra que “neste momento são mais os alunos portugueses que vêm estudar para a Extremadura, do que os espanhóis para Castelo Branco”. Isto porque no entender do reitor daquela Universidade, “os estudantes espanhóis foram sempre mais reticentes em estudar fora do seu meio, da sua cidade, ao contrário do que acontece com os portugueses, italianos ou franceses que estão receptivos a esses intercâmbios”. Para facilitar o intercâmbio proposto no protocolo, os cursos dos dois países são creditados, de forma a que os alunos não sejam prejudicados na sua carreira académica. Ou seja, se um aluno entrar num intercâmbio, ao abrigo de um programa comum às instituições envolvidas, e concluir um semestre num outro País, fica com esse semestre concluído no seu curso do país de origem.

 

 

 

Matemática na UBI

“Um olhar sobre a realidade” foi o título das jornadas que o núcleo de estudantes de Matemática Ensino da Universidade da Beira Interior, (Matubi) promoveu este mês de Março e que tiveram como principais oradores Ana Breda da Universidade de Aveiro, José Vitória, da Universidade de Coimbra e da UBI, bem como de Jorge Martins, director regional de Educação do Norte. Inserida nas jornadas esteve uma Feira do Livro e a exposição “Para além da terceira dimensão”, decorrendo a exposição, que consiste em objectos matemáticos visualizáveis pelo computador, até 31 de Março.

 


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