SHELL ECO MARATHON NA
GUARDA
Chuva adia prova
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O núcleo responsável pelo projecto Egiecocar da Escola Superior de Tecnologia e Gestão da Guarda (na foto
da esquerda) organizou, no início deste mês, a primeira prova para veículos ecológicos e económicos no País. Só que a maldita chuva impediu que a Escola assinalasse mais um Dia Aberto como estava inicialmente previsto, e as equipas participantes não puderam testar os carros que fabricaram, de forma a saberem quantos quilómetros percorriam com apenas um litro de gasolina. Deste modo, os testes para a grande prova, que se realiza a 9 e 10 de Junho, em Nógaro, ficaram adiados.
Para João Miranda, um dos responsáveis pelo Projecto Egiecocar, da ESTG da Guarda, a realização daquela prova pretendia, acima de tudo, “garantir uma maior proximidade das equipas portuguesas, pois este ano a edição está aberta apenas a equipas portuguesas, para que nos possamos conhecer melhor e trocar experiências. Além disso, há a própria competição, que passa por tentar com uma quantidade de combustível fazer o maior número de quilómetros”, explicava ao Ensino Magazine aquele responsável.
A chuva acabou por adiar a realização do evento para o último fim-de-semana de Setembro, onde se espera que o tempo ajude os carros a percorrem o kartódromo da Guarda. No entender de João Miranda, a prova agendada para o início de Maio, para muitas equipas não significava um “teste para a prova principal de França. Há carros que se deslocaram aqui com especificações antigas e que vão a França com outras”. Presentes na Guarda, além do Politécnico local, estiveram a Escola Secundária da Sé, que tem desenvolvido o seu próprio carro com o apoio da ESTG da Guarda, Faculdade de Engenharia do Porto, equipas privadas do Porto, UBI e Politécnicos de Castelo Branco e Viseu. “Esperamos que esta iniciativa continue nos próximos anos. A ideia é ganhar mais experiência para futuras edições, já que conseguimos colocar a prova de pé com muito custo e graças aos apoios que recebemos, não só da Superior de Tecnologia e Gestão, como dos patrocinadores”.
Com a prova adiada para Setembro, o projecto Egiecocar tem como objectivo fazer uma boa figura, nos próximos dias 9 e 10 de Junho, em Nogaro, na França. “A ideia passa por fazer cerca de 800 quilómetros, pois no ano passado fizemos 514”, adianta João Miranda, que sublinha também a participação da Escola Secundária da Sé, que vai participar com um carro feito na ESTG, mas desenvolvido pela Secundária. 15 dias após Nogaro, o Egiecocar vai até Bruxelas e no início de Setembro, participa em mais uma prova, na Finlândia.
CASTELO BRANCO. Outra das equipas presentes na prova da Guarda, que se deveria realizado no início de Maio, foi a da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco (na foto em baixo), com o seu projecto Enhydra. Para Bruno Chaparro a prova da Guarda poderia ter funcionado como testes para a “Shell Eco Marathon de França, de forma a fazermos o ponto da situação, no que respeita à evolução do carro. Temos tido alguns condicionantes, pois até agora não temos tido oficina, mas penso que o carro está a andar bem”.
Em tom de brincadeira, Bruno Chaparro, diz que os objectivos da sua equipa “passam por fazer 2100 quilómetros, ou seja 1050 para França e outros tantos para Portugal”, mas em relação à prova em si, adianta que “o importante é participar e levar o nome da Escola Superior de Tecnologia o mais longe possível. No ano passado fizemos 489 quilómetros e este ano queremos ultrapassar essa marca. Em termos nacionais, neste momento não ambicionamos vencer, uma vez que há carros em muito melhores condições que o nosso”.
A conversa com os responsáveis pelo projecto albicastrense foi feita com a esperança que a chuva parasse e que os carros fossem para a pista. Tal não aconteceu, pelo que valeu o convívio entre os participantes. Bruno Chaparro é da opinião que “é possível fazer-se uma prova em Castelo Branco, que neste momento está em fase de estudo. Caso se venha a realizar será sempre depois da prova de França, pois neste momento os carros estão ainda em evolução. O mês ideal seria Julho, mas este ano já não será possível”.

POLITÉCNICOS
CRITICAM NOVA LEGISLAÇÃO
Conselho elege
Comissão

O Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos acaba de eleger a sua Comissão Permanente. O Núcleo duro daquele organismo passa a ser composto por Luís Soares, actual presidente do Conselho, Jorge Justino, actual vice-presidente, Valter Lemos (na foto), do Politécnico de Castelo Branco, João Pedro Barros, do Politécnico de Viseu, e Luciano Almeida, do Politécnico de Leiria. Segundo o Ensino Magazine apurou a Comissão permanente é o órgão do Conselho responsável por tomar determinadas decisões.
Entretanto, o Conselho Coordenador reuniu-se no passado dia 22 com o Presidente da República, Jorge Sampaio. Uma reunião de trabalho, os responsáveis pelos ensino politécnico mostraram as suas preocupações relativamente ao estado da educação no nosso País, sobretudo no que respeita às propostas de alteração de legislação da autonomia para o ensino superior politécnico, da criação de cursos e estatuto da carreira docente. Para o último dia 25 esteve também prevista uma reunião com o Ministro da Educação, Santos Silva, onde Politécnicos, Universidades e Ensino particular e Cooperativo debateram aquelas propostas que o Ministério da Educação quer implementar.
Apesar de, até à hora de fecho da nossa edição, ainda não ser conhecido o parecer do Conselho Coordenador dos Politécnicos sobre aquela matéria, fontes contactadas pelo Ensino Magazine referiram o descontentamento daquele órgão. Os politécnicos dizem mesmo, que no que respeita à criação de cursos, a nova lei quase que impede a sua criação, dado que obriga as instituições a terem recursos materiais e humanos para todos os anos de funcionamento, a partir do ano estreia. Ou seja, uma instituição que abra um curso terá que ter o corpo docente do quarto ou quinto anos. Facto que não é visto com bons olhos pelo Conselho, que ainda assim considera importante e positiva uma norma que estabeleça critérios semelhantes para todas as instituições de ensino superior.
A questão da autonomia também está longe de gerar consensos. As mesmas fontes do Conselho revelaram que “a proposta apresentada pelo Ministério é pior do que actualmente está em vigor”. Como exemplo referem que a lei da autonomia das universidades tem pouco mais de 30 artigos, e que a proposta para a dos Politécnicos ultrapassa os 80, quando a que está em vigência tem perto de 50. No entanto, o Conselho sublinha que os pressupostos de alterar a legislação são bons, mas que na prática não vão funcionar. “Não se percebe porque é que a lei de autonomia dos politécnicos é diferente da lei da autonomia das universidades”, conclui a mesma fonte. O parecer do Conselho Coordenador será divulgado após a reunião com o ministro da Educação.

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