PATENTE REGISTADA EM 2000
UBI e as vacinas de
ADN

A produção das vacinas de ADN (ácido desoxiribonucleico) poderá contar com o importante contributo de um grupo de investigadores, constituído por João Queiroz e Margarida Diogo (da UBI) e Miguel Prazeres do Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa. A procura de novas formas de optimizar o processo de produção das chamadas “vacinas do futuro” conduziu os três investigadores ao registo de uma patente no ano de 2000.
Esta patente define um processo industrial de “Produção e purificação de plasmídeos de ADN para terapia génica por cromatografia de interacção hidrofóbica”. O processo consiste na introdução de um ou mais genes funcionais dentro de um receptor humano de forma a tratar, prevenir ou curar algumas doenças geneticamente adquiridas como o tratamento do HIV, vírus da Imuno Deficiência Adquirida, e de alguns tipos de cancro.
O projecto está a ser desenvolvido pela UBI em parceria com o Instituto Técnico de Lisboa que se está a ocupar da produção dos plasmídeos (moléculas de ADN), enquanto a UBI se preocupa com a purificação dessas moléculas, por cromatografia de interacção hidrofóbica. “A grande inovação do grupo de Bioquímica é que com uma técnica diferente daquela que está a ser utilizada conseguimos purificar plasmídeos de uma forma mais simples, mais efectiva, com menos custos e sem perder eficiência em termos da posterior vacina”, explica o professor João Queiroz.
Esta afirmação é baseada em experiências que o Instituto Pasteur efectuou no âmbito de um projecto de colaboração com a UBI, para a purificação de uma vacina contra a raiva através de cromatografia de interacção hidrofóbica. “Os investigadores do Instituto Pasteur fizeram testes durante 90 dias em animais e provaram que a nossa vacina é tão ou mais eficiente que as vacinas purificadas por processos que eles usam normalmente - cromatografia por troca iónica “, esclareceu.
O grupo de investigadores que junta Margarida Diogo, licenciada em Química Industrial pela UBI, e os seus orientadores João Queiroz, docente da UBI, e Miguel Prazeres, professor no Instituto Técnico de Lisboa, continuam a trabalhar no projecto e “a mostrar que este é realmente eficiente”.
FUTURO. Segundo o co-responsável deste projecto, João Queiroz, o processo utilizado pelos investigadores da UBI, está de acordo com os critérios de qualidade da Food and Drug Administration (FDA), uma agência reguladora dos Estados Unidos da América.
“A indústria que conseguir aplicar este projecto está a tornar o processo de produção das vacinas de ADN mais eficiente e a poupar muito dinheiro”, defende o investigador.
As vacinas de ADN são ligeiramente diferentes das tradicionais. Segundo João Queiroz as vantagens destas novas vacinas são inúmeras. “São mais fáceis de construir, têm maior estabilidade, são difundidas para a população mundial de uma forma muito mais efectiva e provocam respostas imunitárias prolongadas”, explica. No entanto para já existem ainda algumas incertezas quanto à introdução de novas informações dos genes da vacina nas células. “Ainda não se sabe se poderão ocorrer alterações dos genes das pessoas”, confessa o investigador .
Desde a construção das vacinas de ADN até à sua aplicação no homem o processo poderá demorar entre 10 a 20 anos. Os investigadores da UBI não baixam os braços e continuam a estudar novas formas e processos de interacção.
Marisa Miranda
UBI investiga mais
A Universidade da Beira Interior está a estudar a hipótese de se tornar um dos parceiros da European Association of Research Managers and Administrators (Earma) e do Portuguese Research Liaison Office (Prelo), entidade financiada pela Fundação das Universidades Portuguesas (FUP), entidades que visam a promoção da investigação na Europa, a coordenação da investigação realizada pelas universidades e a ligação destas aos projectos de financiamento.
A possibilidade surgiu depois de Campbell Warden, presidente do Earma, e Helena Petiz, coordenadora do Prelo, terem estado na Covilhã, onde explicaram os objectivos das duas associações. Manuel Santos Silva, Reitor da UBI, manifestou durante a sessão o interesse da Universidade em se associar à Earma e de criar um grupo de cinco elementos para frequentar as aulas à distância de gestão e administração de investigação, promovidos pela respectiva associação.
A Earma está aberta a novos parceiros que queiram integrar a associação e para isso requer elementos interessados na profissionalização da gestão da investigação, ao juntar grupos académicos, pequenas e médias empresas (PME’s), grandes indústrias e o próprio Governo, através de políticas de Investigação e Desenvolvimento.
Os grandes objectivos da UBI na adesão a esta estrutura são o fomento interno entre os doutorados da apresentação de investigações, ao mesmo tempo captar recitas paralelas ao Orçamento de Estado, integrar os diversos programas existentes e disponíveis e dar formação a elementos internos da
UBI.
Pretende-se assim desenvolver a investigação nas áreas em que a UBI ainda não está implantada. E é nesse sentido que, nas próximas semanas, se deverá deslocar à UBI um representante das referidas associações, o qual falará inclusivé do financiamento destes
programas.
Raquel Fragata
VAGAS AUMENTAM
Curso abre com 60
O Curso de Licenciatura em Medicina que começará a funcionar na Nova Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, deverá contar com 60 vagas, como estava inicialmente previsto. Englobada numa série de medidas que o Governo quer aplicar para superar a falta, nomeadamente, de médicos e pessoal da área da Saúde. As vagas para o acesso ao Ensino Superior para 2001/2002 sobem em Medicina 29 por cento. No ano lectivo anterior o número de novos alunos foi de 735, passando agora para os 945, contando-se aqui as 60 vagas de Medicina na UBI e 50 em Braga, Universidade do
Minho. Também as escolas de Enfermagem aumentam número de novos alunos em 30 por cento, de 1492 para 1930. As Tecnologias da Saúde registam uma subida na ordem dos 37,7 por cento, totalizando 846 novas entradas. Com estas medidas o Ministério da Educação prevê que até 2006 as carências de pessoal na área da Saúde sejam
superadas.
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