Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano IV    Nº40    Junho 2001

Politécnico

CICLO CULTURAL

Esart divulga Mapuche

Hector Molina é docente na Universidade do Chile e está a concluir o seu doutoramento na Universidade de Salamanca. Licenciado em filosofia, encara a vida de um modo muito particular e ama a sua terra e o seu povo. Mas Hector Molina é também músico, vestindo a pele do artista Hector Tintin, vencedor de prémios internacionais de música, já com vários discos gravados. “No Chile todos somos cantantes. Tive a oportunidade de fazer negócio da música. Mas é importante saber-se um pouco de tudo. É preciso conhecer as universidades e as culturas. Hoje a questão já não é ser ou não ser, mas sim ter ou não ter...”, diz filosoficamente.

Além de todas aquelas actividades, é ainda apresentador de um programa de cultura na televisão do Chile. Este mês esteve em Castelo Branco, a convite da Associação de Estudantes da Escola Superior de Artes Aplicadas. Trouxe com ele uma exposição dedicada ao povo chileno – Mapuche. Uma exposição que ainda só foi vista em Salamanca e Castelo Branco, e que tem lugar marcado para Roma e Estocolmo. A iniciativa pretendeu retratar, como ele próprio frisa “a vida de um povo, que no Chile equivale a 1,5 milhões de pessoas”. 

Apesar de surpreendido pelo convite dos jovens estudantes da Esart, Hector Molina não hesitou em trazer à cidade albicastrense a sua exposição, onde está retratada a vida de um povo sofredor. “Assim que a Associação de Estudantes me contactou não tive dúvidas em trazer a exposição até Castelo Branco. Aliás, sinto-me muito feliz por ter conhecido um grupo de jovens como o da Escola de Artes. A juventude não é só o futuro, é também o presente e é preciso que saibamos abrir-lhes as portas”, adianta.

José Santolaya, jornalista peruano, também realça a importância deste tipo de iniciativas, que envolveu a Universidade de Salamanca e o próprio Politécnico de Castelo Branco. “Era importante que surgissem mais iniciativas, que houvesse mais intercâmbio entre Castelo Branco e Salamanca, porque não é só Castelo Branco que precisa de Salamanca, Salamanca também precisa de Castelo Branco”. A ideia é também partilhada por Sérgio Pereira e Jonh Smith, da Associação de Estudantes da Esart. “Queremos criar um elo de ligação forte entre os Países Ibero-Americanos. Daí que a próxima exposição seja sobre o Peru. Para que esta fosse possível, neste curto espaço de tempo, foi importante o apoio do Instituto Politécnico, Escola Superior de Artes, da Câmara de Castelo Branco e do docente Pedro Salvado”, diz Sérgio Pereira.

A exposição foi inaugurada no passado dia 6 e envolveu uma conferência sobre o povo Mapuche e sobre as culturas Incaicas. No dia seguinte houve uma festa convívio, onde Hector Molina vestiu o papel do artista Hector Titin, e cantou para os presentes no Bar Metalúrgica. 

VÍDEOS. Encantado com a cidade albicastrense, Hector Molina tem intenções de dedicar um dos seus programas na televisão chilena a Castelo Branco. “Esta é a terceira vez que venho a Portugal. Já tinha visitado a Figueira da Foz e agora vim a Castelo Branco. São lugares tranquilos, com jovens de uma grande força cultural. Por isso, estou a pensar divulgar Castelo Branco no Chile, através de um programa de televisão”, diz o docente universitário. “Neste momento tenho alguns vídeos gravados e vou levar também o vídeo produzido pela Escola Superior de Artes Aplicadas”.

Hector Molina fala dos seus objectivos futuros com paixão e entusiasmo. “Durante oito anos tive um programa de televisão no Chile. Agora pretendo fazer um ciclo de 13 episódios que pretendem apresentar algumas partes do Chile e locais de outros países. Trata-se de uma aposta que vou tentar concretizar durante o próximo ano, depois de concluir a tese de doutoramento”. Do pouco que viu de Portugal, Hector Molina destaca a boa gastronomia e em jeito de brincadeira elogia as mulheres lusitanas, que considera serem muito bonitas.

 

 

 

VEM AÍ A ESCOLA DE SAÚDE?

Decisão para breve

A abertura de dois novos cursos na área da Saúde na Escola Superior de Enfermagem Lopes Dias deixa antever a criação de uma Escola de Saúde em Castelo Branco, pois esta área extravasa a de Enfermagem, pelo que a actual escola passaria a ter um âmbito mais lato, sendo integrada numa grande escola de saúde.

Ensino Magazine sabe que no Ministério da Educação se está a estudar a hipótese de ser criada em breve a Escola Superior de Saúde em Castelo Branco. Sabe também que essa seria a primeira Escola de Saúde a ser criada em Portugal e, para já, a única, o que premiaria os esforços de Valter Lemos e Joaquim Morão.

É que, aquando da visita da anterior ministra da Saúde a Castelo Branco lhe pediram que não anunciasse novas instalações para a Escola de Enfermagem, pois o que Castelo Branco queria era uma escola de saúde, a qual está agora prevista, no que a instalações diz respeito, no projecto de campus politécnico, o qual aguarda luz verde do Ministério da Educação para que se faça o projecto e se avance com a obra. Uma obra que inclui também a futura escola de artes, estando orçada num total de quatro milhões de contos e que deverá estar concluída em 2003 ou 2004.

Apesar de tudo apontar neste sentido, o presidente do Politécnico de Castelo Branco, Valter Lemos, mostra-se para já cauteloso. “Uma vez que os cursos já estão aprovados, é natural que a escola venha a ser criada para albergar esses cursos. Essa é uma questão que espero ver definida nas próximas semanas”.

Mostra-se satisfeito por, em Outubro, entrarem 116 novos alunos em cursos de saúde, 25 em cada um dos novos cursos e 66 em enfermagem e não está apreensivo em relação à questão das instalações para o funcionamento desses novos cursos. “Obviamente que terão de existir instalações, mas a solução definitiva ainda está em curso. É nisso que estou agora a trabalhar com o presidente da Câmara. Mas certamente que, como aconteceu com a Escola de Artes, também este caso será resolvido através de instalações que tenham a qualidade necessária”.

Ainda em relação aos cursos, Valter Lemos, recorda que a aprovação efectuada pelo Ministério “é muito importante para o Politécnico e meritória para a região. Pessoalmente e em relação a esta questão, senti um grande apoio das pessoas em geral, que tiveram uma grande preocupação, a qual foi importante para a cidade”. Este avanço permite assim “completar o projecto de intervenção do Politécnico de Castelo Branco para os próximos anos, além de se conseguir um equilíbrio no ensino superior na cidade”.

E na hora do reconhecimento ao Politécnico, Valter Lemos recorda que se o apoio da comunidade foi importante, o do presidente da Câmara, Joaquim Morão, foi “incansável, pelo que merece uma palavra muito especial. Este não foi um combate fácil e o senhor presidente da Câmara esteve comigo desde o primeiro minuto, tendo recebido da sua parte uma solidariedade insuperável”
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