Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano IV    Nº36    Fevereiro 2001

Geral

PRIMAVERA MUSICAL

Música para todos

O Conservatório Regional de Castelo Branco tem já definido o programa da sétima edição do Primavera Musical. Um ciclo de música que este ano chegará também aos concelhos de Proença-a-Nova e Idanha-a-Nova. A iniciativa subirá aos palcos do distrito entre os dias 4 e 27 de Maio, e tem como direcção artística Carlos Semedo e Guenrich Elessine.

De acordo com o programa, que o Ensino Magazine divulga em primeira mão, o Primavera Musical deste ano tem início, a 4 de Maio, com uma conferência sobre Bach, na Escola Superior de Artes Aplicadas, que contará com a presença de Anner Bylsma. Uma intérprete que nesse mesmo dia, na Sé Catedral de Castelo Branco dará um concerto. 

Para 5 de Maio está agendado um dos grandes espectáculos do Primavera, com a subida ao placo do Cine Teatro Avenida do grupo Gaiteiros de Lisboa. Para 11 de Maio, está previsto outro excelente concerto, desta vez com a pianista Maria João Pires e Caio Pagano, num local que ainda não está definido. Já no dia 12 de Maio, pelas 17 horas, Rui Vieira Nery dará uma conferência sobre fado, no Museu Tavares Proença Júnior. Ainda nesse mesmo dia, pelas 21h30, a Orquestra Barroca, Capela Real, actuará no Cine-Teatro Avenida.

No dia 19 de Maio, o Quarteto Lopes Graça, Alexandre Delgado e Paulo Gaio Lima actuará no palco do Cine Teatro Avenida. Um espectáculo que tem a particularidade de ser transmitido, em directo, via Internet, em colaboração com o Ministério da Ciência e Tecnologia. De acordo com Carlos Semedo, o Primavera Musical vai abranger também os concelhos de Proença-a-Nova e Idanha-a-Nova. Assim, para 20 de Maio, no auditório municipal daquela vila do pinhal está agendado um espectáculo com o Quarteto Lopes-Graça. Também pela primeira vez na iniciativa, vai realizar-se uma noite de fado, com a fadista Cristina Branco. 

A 26 de Maio, pelas 21h30, no Centro Cultural Raiano, em Idanha-a-Nova, sobe ao palco Yong-Choon Park. Um espectáculo que será repetido um dia depois no cine-teatro avenida, em Castelo Branco. Paralelamente aos concertos, estará patente uma exposição de pintura de autoria de Ana Mouga. De referir que o Primavera Musical tem o apoio do Ministério da Cultura, Instituto Português de Artes e Espectáculos, Câmara de Castelo Branco e EDP - Electricidade de Portugal.

 

 

 


COM O APOIO DO ENSINO MAGAZINE

ANP debate igualdade

As X Jornadas Pedagógicas IV Transfronteiriças da Associação Nacional de Professores, em Castelo Branco, já têm definido o seu programa, para os dias 22 e 23 de Março. Valter Lemos, presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, abrirá a iniciativa, integrada no 3º Aniversário do Ensino Magazine, este ano subordinada ao tema “reinventar a igualdade e a liberdade na escola” Depois da prelecção de Valter Lemos (na foto) e de um debate que se espera esclarecedor, João Ruivo, professor coordenador, director da Escola Superior de Gestão e da publicação Ensino Magazine, também irá abordar o tema das jornadas, numa comunicação que está agendada para as 11h30.

Ainda para o primeiro dia, está agendado o depoimento de Américo Peças. Como já é tradição, à noite realiza-se a noite cultural, composta por um jantar no Hotel Colina do Castelo, onde decorrerão as jornadas, e pela actuação do grupo Trigal. No dia seguinte os trabalhos começam às 9h30 com o docente da Escola Superior de Educação de Setúbal, Luís Souta. Ainda na parte da manhã está prevista a prelecção do decano da Universidade de Salamanca Hernandez Diaz. A sessão de encerramento deverá ser presidida pela secretária de Estado da Educação, Ana Benavente. Recorde-se que a iniciativa é organizada pela Associação Nacional de Professores de Castelo Branco e tem o apoio da Câmara de Castelo Branco e do Gabinete da Igualdade, entre outras entidades. Além disso está também integrada no 3º Aniversário da publicação Ensino Magazine.

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CRÓNICA

Hic et Ubique

Após a eleição para o melhor do século no futebol, na política, na beleza, na longevidade e sei lá quantas mais merecidas distinções, mal nos iria se não escolhêssemos também o melhor português, que é difícil, sei muito bem, mas é igualmente o que melhor e de maior quantidade se faz por cá.

Eis a minha proposta:

O Professor Marcelo Rebelo de Sousa é uma daquelas personalidades que fascina o mais pacato e distraído - hesito entre espectador e cidadão - pelo eclectismo e rapidez de raciocínio, pela perspicácia e capacidade de esmiuçar, até ao tutano, a letra miúda que vai desde o nome completo do sem abrigo, da nona escada, da estação de metro das Picoas, até ao número de soutien da modelo Claudia Schiffer.

Sei que é homem capaz de reduzir Sampras a cinza, longo ao primeiro set; aniquilar o almirante Drake, muito antes deste e a tempestade conseguirem afundar a Invencível Armada; conceber a mais inverosímil cabala política, numa noite de insónias em Celorico de Basto e, já em Lisboa, deixar as rosas (ou as laranjas?) fluir de regaço, afirmando-se, em seguida frontalmente contra a política de Administração Interna, apesar de se apresentar como Pedrito de Portugal e patrocinador da primeira festa brava do milénio em Barrancos.

Mas não só. Graças à magia da televisão, em nossa casa, em directo e com o nosso consentimento, qual super herói à escala universal, deglute às dez horas o pequeno almoça em Paris, às quinze faz meia dúzia de piscinas em Copacabana, para, no jornal das 19.54 da TVI, apresentar um calhamaço de memórias de sua autoria, debitar sobre as eleições presidenciais, o preço do barril de petróleo versus associação de camionistas do sul e ilhas e a grande penalidade, a favor dos açoreanos, não assinalada no Santa Clara, União da Madeira, a contar para o campeonato nacional da II Liga.

Cabe ainda falar da inteligência, que não se compra, não se vende numa qualquer superfície comercial. É, por assim dizer, uma característica inata. Por exemplo, ninguém, desmiolado, enxerga um avo percentual de diferença entre uma chávena de asa à esquerda e outra de asa à direita. Ele vê imediatamente indícios mais do que sintomáticos duma conspiração marxista para meter a asa dentro da chávena e reserva para si o direito de beber pela cafeteira, apesar de correr o risco de ficar belfo para o resto da vida. E também ensina, por isso é professor. De direito.

A azáfama sufoca, cansa só de assistir.

O calcanhar de Aquiles, porém, foi a passagem meteórica (ele e a velocidade...) pela presidência do seu partido do coração. Faltou-lhe o passe se mágica, o golpe de asa, o clic, só acessíveis aos deuses e aí o professor ainda não chegou, por enquanto.

Como o candeeiro, igual ao sol, que dá luz ao mundo, ao qual Vasco Santana pedia um pouco do seu lume, no Pátio das Cantigas, um ilusionista.

João de Sousa Teixeira

 


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