NELSON PLÁCIDO,
PRESIDENTE DA FACAB
Manifestações de rua,
não
O presidente da Federação Académica de Castelo Branco, Nelson Plácido, considera que os estudantes devem encontrar uma forma responsável para explicarem à população em geral o que, a seu ver, vai mal no Ensino Superior. “Há cadeiras com 100 por cento de reprovação. Há salas de aula com capacidade para 40 alunos que têm 150. Alguns laboratórios estão mal equipados, as bibliotecas têm que melhorar”.
Estes são apenas alguns exemplos do que considera ser importante explicar à população, e pensa que os alunos devem aprender com os erros cometidos no passado. “Todos nós temos consciência que é preciso mudar algo, mas não podemos voltar a fazer como em 97, quando errámos na questão das propinas. Ora, a Lei de Bases era muito mais do que isso”.
Nesse sentido, diz-se “claramente contra as manifestações de rua, porque se fazem e se dizem coisas que não deviam acontecer, o que leva a perder guerras. Ao contrário, é preciso elaborar um plano de uma forma muito profissional, de modo a apelar à consciência da população em geral. Porque se as pessoas perceberem o que é que funcional mal, vão-nos ajudar”.
Entre as informações que considera serem essenciais para fazer passar está “o grande número de anos que se demora em média para fazer um curso superior em Portugal. O outro é a qualidade de ensino. Portugal não vê o que se passa no exterior, nomeadamente em Espanha, onde há verdadeiros mecanismos de coordenação da qualidade. É urgente que em Portugal exista a mesma coisa”.
Aquele dirigente associativo considera ainda que é preciso identificar bem as causas do insucesso, não só internas à escola, mas também externas. E entre as causas externas, bate-se agora por melhores condições em termos de acessibilidades à Beira Interior. “Se as acessibilidades forem boas, poderão vir mais pessoas para a região”.
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