Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano IV    Nº46    Dezembro 2001

Universidade

TAPEÇARIA EM EXPOSIÇÃO

Pátria Mundo na Covilhã

“Pátria Mundo” é nome da exposição de tapeçaria que Maria Altina Martins expõe no Museu dos Lanifícios, na Universidade da Beira Interior, na Covilhã e que retrata um trabalho de dez anos que aquela artista desenvolveu. Depois de ter passado pelo Museu Nacional do Traje, em Lisboa, Pátria Mundo deslocou-se até à cidade dos lanifícios, apresentando, através dos 22 trabalhos, a epopeia dos descobrimentos, por um lado, e a realização “de qualquer conquista pessoal de carácter excepcional com um finalidade estético-espiritual”, Maria Altina Martins.

Para a artista, a exposição, que pode ser vista no Museu dos Lanifícios até ao próximo dia 20 de Janeiro, “é um conjunto de tapeçarias de carácter narrativo, onde as influências literárias vão desde o poema épico de Luís de Camões, a mensagem de Fernando Pessoa e Pátria Minha, de António Baraona”. Para quem gosta de arte, uma visita ao Museu dos Lanifícios constitui uma boa opção. Durante a viagem por Pátria Mundo, encontram-se dois espaços completamente diferentes. “No primeiro entramos no mundo da tapeçaria erudita tradicional, que vai de encontro à escola de Gobelins, e que se traduz num trabalho muito lento, onde são necessárias oito horas para fazer um centímetro da obra. Na segunda parte viajamos até à tapeçaria experimental, de interpretação livre, que contempla o objecto têxtil”, explica Maria Altina, que apesar das diferenças dos dois estilos apresentados na exposição, esclarece que “ambos requerem o mesmo grau de dificuldade”.

No entender de Maria Altina, a exposição agora patente na Covilhã, é o culminar de um trabalho desenvolvido ao longo de dez anos. Satisfeita por ver os seus trabalhos expostos numa casa que noutros tempos foi uma grande fábrica de lanifícios portuguesa, Altina Martins sublinha o facto de “todos os materiais utilizados darem a sensação de que tudo é fibra, o que é muito importante para a tapeçaria. Por outro lado, a exposição constitui uma antologia dos modos de expressão, para a arte e para a tapeçaria”. Depois do sucesso que os trabalhos tiveram no Museu Nacional do Traje e no alto Minho, Altina Martins sente-se satisfeita com a resposta dada pelo público. “Este tipo de tapeçaria é bastante lúdica, mas também revela alguma identidade pois retrata os objectos do dia a dia expostos de outra maneira, factos que levam os jovens e as pessoas mais velhas a identificarem-se com as obras”.

Depois de dez anos de trabalho, Altina Martins está já a trabalhar no seu próximo projecto, que passa por retratar Foz Côa. “Além disso, há outro tema que me está a entusiasmar no Museu do Traje, que envolve uma árvore cujo nome popular é espanta lobos”.

 


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