Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano IV    Nº42    Agosto 2001

Curtas & Directas

MINISTÉRIO DA CIÊNCIA PROMOVE

Cientistas de palmo e meio

Cerca de 800 estudantes do ensino secundário estão a participar, um pouco por todo o país, na “Ocupação Científica de jovens nas férias”, anunciou recentemente o ministro da Ciência e da Tecnologia. Trata-se de uma iniciativa que tem como principal objectivo proporcionar a estudantes dos 11º e 12º anos o contacto mais directo com a ciência e os laboratórios.

“É extraordinário ver os nossos jovens do ensino secundário a trabalhar já como investigadores em ponto pequeno mas a fazer um trabalho muito profissional”, disse Mariano Gago. O titular da pasta da Ciência e da Tecnologia considerou ainda “muito importante” e essencial este primeiro contacto entre os jovens estudantes e o mundo da investigação, pois é uma prova de que “é possível fazer ciência logo neste escalão etário”. 

No país aderiram a este projecto 56 instituições que recebem os estudantes nas suas instalações, disponibilizando para o efeito material de laboratório e mais de 200 investigadores.

Assim, até Setembro, vão ter lugar 179 acções, repartidas por instituições sedeadas em Famalicão, Vila Real, Porto, Espinho, Aveiro, Covilhã, Coimbra, Lourinhã, Santarém, Lisboa, Évora, Faro, Funchal e Ponta Delgada. 
Iniciada em 1997 com apenas uma centena de alunos, a “Ocupação Científica de jovens nas férias”, tem vindo de ano para ano a ganhar mais adesões quer da parte de estudantes quer das instituições de acolhimento.

 

DISCRIMINAÇÃO. Educar para os valores da tolerância, do diálogo e da solidariedade foi o objectivo central do «Projecto de Educação Intercultural» que terminou, mas obteve resultados muito positivos e que abre novas perspectivas pedagógicas, segundo os seus responsáveis.

De acordo com Ponces de Carvalho, um dos impulsionadores da iniciativa, esta contribuiu favoravelmente para que se desenvolvesse, nas escolas do país, uma educação atenta às questões da multiculturalidade.

O projecto foi lançado pelo Secretariado Coordenador de Educação Multicultural e deixou marcas nos estabelecimentos de ensino que a concretizaram, já que os professores passaram a valorizar mais e a ter em consideração a diferenciação cultural dos seus alunos.

Uma atitude que ultrapassa a da sobreposição de uma cultura às outras e que, para Ponces de Carvalho, deve ser adoptada não apenas nas escolas onde existem estudantes pertencentes a minorias étnicas, mas também nos restantes estabelecimentos de ensino. A troca de experiências diversas que daí pode resultar é enriquecedor para todos, defende o Secretariado Coordenador de Educação Multicultural.

O Projecto foi aplicado em escolas dos ensinos Básico e Secundário que tinham alunos de muitos grupos étnicos minoritários e onde o aproveitamento escolar estava longe de ser o mais desejável. A iniciativa integrou múltiplas vertentes. Foram realizadas acções específicas de formação de docentes.

Em termos de material pedagógico, foi fornecido aos professores aquele que se considerou mais apropriado para servir os propósitos da Educação Multicultural. Tudo visando estimular o inter-relacionamento entre duas ou mais culturas.

Alunos e professores participaram, assim, um processo de ensino e aprendizagem constantes, numa permuta de conhecimentos e de visões do mundo diversos.

O Projecto de Educação Intercultural permitiu a adopção nas salas de aula de jogos simultaneamente lúdicos e pedagógicos, criados originalmente em Cabo Verde e outros países de onde são oriundos crianças e adolescentes de grupos minoritários.
Apesar do sucesso deste projecto, subsistem ainda muitas barreiras, a maior das quais é a da mentalidade mono-cultural discriminatória, tal como alerta o Secretariado Coordenador de Educação Multicultural. São também formas de evitar uma situação que tem ocorrido: a dos alunos pertencentes a grupos étnicos minoritários acabarem, cedo ou tarde, por abandonarem a escola, devido a não se sentirem suficientemente identificados com ela.

 

REFORMA. O ministro da Educação vai prosseguir a reforma curricular do Ensino Básico definida pelo seu antecessor e que será implementada no próximo ano lectivo.
Para Júlio Pedrosa, aquele nível «é a pedra angular do sistema». O governante garante que a Educação continuará a ser «uma paixão» do Executivo, reforçando, assim, um dos pontos prioritários da acção definida pelo Primeiro-Ministro António Guterres.

Júlio Pedrosa defende, por outro lado, que a reorganização curricular dos ensinos Básico e Secundário «deve corresponder às expectativas dos alunos». Júlio Pedrosa proclama como indispensável «reafirmar o princípio básico do estudante como o centro da atenção do Governo». É, pois, a partir do enfoque colocado sobre o aluno que se desenvolve toda a política de Educação do Executivo.

O ministro apoia o projecto de gestão flexível dos currículos já em fase de experimentação em diversas escolas do país. Segundo afirma, tal projecto «constitui uma importante contribuição para que os estabelecimentos de ensino possam adaptar as orientações curriculares gerais às suas características específicas».

A questão da gestão flexível é um dos elementos centrais da reforma educativa, assim como a implementação de áreas curriculares não disciplinares no 1º ciclo.

 

PRIVADO. A Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado (APESP) rejeita os anteprojectos de diplomas de alteração do estatuto do Ensino Particular e Cooperativo e de criação, modificação e extinção de cursos.
Aquela organização afirma que a nova legislação em preparação não responde adequadamente aos interesses dos direitos dos estudantes. As propostas do Governo, que pretendem regular o funcionamento deste subsistema, significam apenas «desprezo e preconceito com que o Ministério da Educação olha para o sector».

As instituições inseridas nas áreas do Particular e Cooperativo criticam sobretudo a «tendência para um ensino de tipo estatizante, único e fechado» contida nos anteprojectos.

Acusam o Executivo de tentar limitar a liberdade de educar e explicam, numa tomada de posição pública, que «quando o autor do projecto entende que ao Estado incumbe, como dever constitucional, limitar a liberdade de ensino, parece estar tudo dito, porquanto em todo o articulado perpassa a ideia e o claro objectivo de circunscrever o exercício dessa liberdade às instituições privadas».

As escolas dos sectores Particular e Cooperativo contestam também os dois anteprojectos por surgirem na sequência da Lei de Organização e Ordenamento do Ensino Superior, que classificam como inconstitucional.

A política global do Governo para este subsistema educativo é avaliada de forma muito negativa pela APESP, nada satisfeita com a «desconsideração do Ministério da Educação pelos estabelecimentos de Ensino Superior Particular e Cooperativo». As medidas do Executivo colocam em causa a estabilidade imprescindível ao desenvolvimento das actividades dos estabelecimentos, avisa a Associação.

Condenando «vivamente a postura do Governo», as instituições afectadas denunciam o seu posicionamento «discriminatório», em primeiro lugar «para os estudantes deste subsistema de ensino e, de um modo geral, para todas as escolas de ensino não estatal, sistematicamente relegadas para um plano de supletividade e secundarização».

 

PROVA. O alunos candidatos ao Ensino Superior terão de realizar uma nova prova de avaliação denominada “Teste de avaliação da competência escolar”. O novo exame permitirá avaliar o raciocínio e o domínio da língua mãe e deverá pesar cerca de 10 por cento na candidatura, mas ainda não tem data prevista de implementação. Já o seu conteúdo depende da decisão dos reitores das universidades públicas nacionais, os quais definirão ainda a data de realização.

O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas ainda não adiantou uma data uma vez que pretende, em primeiro lugar, testar a utilidade do teste cujo objectivo é avaliar a autonomia do raciocínio e o domínio da Língua Portuguesa. Esta medida surge perante a vontade dos reitores das universidades públicas portuguesas aperfeiçoarem o sistema de selecção dos candidatos actualmente em vigor.

Uma primeira versão da prova, que está a ser formulada por uma equipa da Universidade Nova de Lisboa em parceria com a Universidade do Minho, deverá ser testada já em Dezembro próximo. Afinal, pretende-se que, durante os próximos dois anos, decorram as fases do processo que levarão à implementação da prova.

 

NISA. A organização da 14ª Edição de Feira Regional de Artesanato de Nisa, que decorreu entre 27 e 31 de Julho, considera que visitaram o certame cerca de 20 mil pessoas. Num comunicado enviado ao Ensino Magazine, é referido que “o artesanato do concelho de Nisa voltou a ser o pólo central de atracção da Feira e mais uma vez foi alvo da admiração dos visitantes que apreciaram e adquiriram as obras expostas e assistiram ao vivo ao labor dos artesãos. A componente da gastronomia também foi do agrado geral, dado que as 13 tasquinhas da responsabilidade de colectividade e restaurante locais serviram pratos tradicionais e petiscos da região”. Dizem ainda os responsáveis pelo evento que “na área da música a iniciativa também correspondeu às expectativas”. Para o ano há mais.

 

COVILHÃ. O Instituto Português da Juventude abriu, no início do mês de Julho, mais um posto de informação juvenil, na Covilhã. Localizado nas instalações do Cybercentro, na antiga fábrica Ernesto Cruz, o novo espaço pretende prestar toda a informação sobre os projectos promovidos pelo IPJ e ao mesmo tempo possibilita aos jovens o contacto com as novas tecnologias, como a Internet.

 

INOVAR. Empreender, criar e inovar é o novo programa do Instituto Português da Juventude (IPJ) destinado a jovens bacharéis ou licenciados, entre os 20 e os 30 anos, desempregados há mais de um ano. A iniciativa tem como objectivos desenvolver a capacidade empreendedora e estimular a criação de um negócio. O curso terá a duração de três meses e os jovens terão direito a uma bolsa de formação de cerca de 67 mil escudos mensais, além do subsídio de alimentação.

 

FOTOGRAFIA. O primeiro concurso nacional de fotografia digital já está no terreno. A iniciativa pertence ao Instituto Português da Juventude e à empresa Hewlett Packard Portugal, destinando-se a jovens até aos 30 anos. No total os participantes terão que tirar 50 fotografias, em máquinas cedidas pelo IPJ. Depois os trabalhos serão entregues até ao final do mês nas respectivas delegações do Instituto Português da Juventude.

 

CNE. A Junta Regional de Portalegre e Castelo Branco do Corpo Nacional de Escutas promoveu, de 7 a 14 de Agosto o seu acampamento regional. Uma iniciativa que juntou cerca de 300 jovens dos distritos de Castelo Branco e Portalegre e que se realizou na Ribeira do Freixo, em Idanha-a-Nova. O acampamento assinalou os 76 anos do escutismo católico naquela região.

SEIA. A Escola Superior de Turismo e Telecomunicações de Seia participou, de forma activa, nas comemorações do feriado municipal de Seia. Uma data onde se reviveram tempos antigos e não só, através de um desfile, onde aquela escola apresentou a época moderna, criando um cenário vivo, com trajes, música e danças da época. A iniciativa envolveu ainda a participação das escolas do concelho e procurou retratar várias épocas, desde o Paleolítico, o Neolítico, a Antiguidade Clássica, a Idade Média, a Época Moderna, o Século XIX, o Século XX e a Idade do Futuro.

 

RELATÓRIO. O relatório da auditoria feita, no passado ano, pela Inspecção Geral de Educação aos Serviços Sociais do Instituto Politécnico da Guarda salientou o “alto grau de satisfação dos utentes contactados”. Aquele documento, que recentemente foi enviado para o Instituto Politécnico da Guarda, destaca também “a qualidade das instalações”, acrescentando que “houve cuidado de concepção”, o qual, refere o relatório, “perdura na conservação e limpeza”. A Inspecção Geral de Educação concluiu, por outro lado, que os Serviços de Acção Social do Politécnico da Guarda revelam “um bom grau de desempenho em todo o universo observado”, ficado ainda registado o “empenho pessoal na execução das tarefas atribuídas, controle financeiro e de existências, contabilidade, controlo interno”.

 


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