Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano IV    Nº38    Abril 2001

Universidade

DIAS DA UBI

UBI ao encontro da Comunidade

A Universidade da Beira Interior conseguiu os objectivos a que se propôs aquando do seu início, nomeadamente ao nível da contribuição para o desenvolvimento regional e a transformação da Covilhã numa cidade universitária. A opinião é do vice-reitor da UBI, Mário Raposo, numa data em que aquela instituição cumpre 15 anos de existência, assinalados no próximo dia 30 de Abril.

“A UBI atingiu os objectivos e neste momento afirma-se como uma universidade de cariz nacional, com um peso muito importante ao nível da região em que está inserida. A UBI foi criada para desenvolver a região, abrindo cursos e formando pessoas, para que se fixassem aqui recursos humanos classificados, pelo que se apostou num conjunto de formações fundamentais para o país e para a região”, afirma, ao mesmo tempo que lembra que a aposta ganha não pode esquecer os 10 anos em que o ensino superior na Covilhã foi politécnico.

Neste momento, a Universidade está mais numa fase de consolidação do que propriamente de crescimento, uma vez que esse crescimento também está condicionado pela redução do número de candidatos ao Ensino Superior, em virtude das quebras de natalidade dos anos 80. Outro factor passa pela introdução da nota mínima de entrada. “Exigiu-se a nota mínima, o que contribui para aumentar o sucesso escolar e o nível dos alunos”, refere.

Estas alterações, aliadas ao facto da região perder população de ano para ano levou a que algumas áreas não tenham tantos candidatos, como é o caso das engenharias. Mas este é um problema que se vive a nível nacional, o certo é que vêm aí novas áreas de estudos que poderão contribuir para um consolidação do número de alunos. Mário Raposo aponta sobretudo para os cursos na área da saúde, a começar pela Licenciatura em Medicina, que vai avançar em Outubro deste ano.

MEDICINA. No caso concreto do novo curso da UBI, considera que “a Universidade conseguiu cumprir plenamente os objectivos do Governo e o curso vai mesmo avançar com as condições exigidas quer pelo Governo, quer pelo grupo de missão. Tudo isto resulta de uma grande capacidade de trabalho desenvolvido por uma equipa que se reuniu em torno do projecto e conseguiu levar a cabo este desafio. Assim, mais uma vez, a UBI vai formar recursos humanos qualificados que vão ajudar a colmatar lacunas nesta área”.

As vantagens da criação da Faculdade de Ciências da Saúde são várias, na óptica do vice-reitor da UBI. “Trará mais alunos, mais docentes e logo recursos humanos qualificados. Este é o reflexo imediato para a Universidade. Em termos de região, os médicos que chegam para leccionar, poderão, a curto prazo, começar a trabalhar e evitar que as pessoas tenham de se deslocar para os hospitais de Lisboa, Porto ou Coimbra, uma vez que passamos a ter especialistas em várias áreas que agora não existem”.

Aliados à Faculdade poderão ainda chegar “laboratórios, não só para apoio às aulas, mas também para investigação, que possam aproveitar estudos feitos ao nível da Faculdade de Ciências da Saúde. Já no que diz respeito a estruturas, Mário Raposo recorda que o projecto terá de ser desenvolvido ao longo de vários anos. Inicialmente avançou a estrutura curricular e a contratação dos recursos humanos necessários.

Agora, está na fase final o projecto das infraestruturas, que ficarão “em terrenos contíguos ao Hospital da Cova da Beira, que já são pertença da Universidade. O projecto avança em final de 2001 ou início de 2002 e deverá estar concluído em 2003”. Então já entrarão 100 alunos contra os 60 em cada um dos primeiros dois anos. Mas para já há estruturas para receber os primeiros candidatos a médicos. A UBI procedeu à adaptação de certas áreas de que já dispunha para criar laboratórios, gabinetes e salas de aula.

DESENVOLVIMENTO. Além da Medicina, a Universidade já apresentou o seu plano de desenvolvimento do Ministério e está neste momento à espera de uma resposta do Ministério. Só então será discutida uma estratégia de médio e longo prazo para a instituição, mas já existem algumas ideias-chave. “A UBI irá manter os cursos que tem, eventualmente reformulará alguns e apostará em novas áreas que permitirão captar mais alunos”.

Entre essas áreas que fazem parte do cânone universitário, Mário Raposo coloca como hipótese “Engenharia Informática, novos cursos na área da saúde, como será o caso das Ciências Farmacêuticas, e também um curso de Biologia. Na área das Letras já temos aprovados os cursos de Português/Inglês e Português/Espanhol, pelo que só precisamos que o Ministério fixe o número de vagas. Mas surgirão outros cursos na área de Letras”.

Independentemente dos cursos a criar, Mário Raposo afirma que só avançam depois de todas as condições necessárias estarem garantidas. “Criar cursos não é a mesma coisa que vender produtos. É preciso criar estruturas e ter recursos humanos, um cuidado que a UBI sempre teve. Quando se abre um curso novo, já há recursos humanos para que esse mesmo curso tenha um mínimo de qualidade. Não se abrem cursos sem professores qualificados, nem com turbo-professores, porque têm de estar asseguradas as aulas, a investigação, o apoio aos alunos”.

Ao nível de pós-graduação continuam os mestrados e doutoramentos que já funcionavam e foram criados mestrados novos. “A UBI exige muito nesta área e tem uma procura considerável, porque o nível dos trabalhos finais o tem justificado. Por isso esperamos um aumento do número de alunos nesta área. Ainda hoje recebi um mail de um aluno espanhol a perguntar se podia vir inscrever-se à UBI. Ter alunos estrangeiros é bom e a verdade é que vamos tendo vários dos Palops”
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A 30 DE ABRIL

As comemorações

As comemorações do próximo dia 30 de Abril trazem à Covilhã o ministro da Educação, Augusto Santos Silva, e um conhecido empresário português natural de Proença-a-Nova, Sebastião Alves, ao qual será concedido o grau de doutor honoris causa pela Universidade da Beira Interior.

O programa começa com a recepção aos convidados, marcada para as 14h30, seguindo-se a organização do cortejo académico, na Capela de São Martinho. Às 15 horas começa a sessão no anfiteatro das sessões solenes, com intervenções do Reitor da UBI, Santos Silva, do presidente da Associação Académica e do ministro da Educação.

Na sessão serão ainda entregues a docentes e funcionários que completaram 20 anos de serviço, bem como aos docentes e funcionários aposentados. Será ainda feita a entrega de prémios escolares e bolsas de mérito, seguindo-se a atribuição do grau de doutor honoris causa a Sebastião Alves.

A concessão deste grau a um filho do Distrito de Castelo Branco surge por proposta do Reitor, Santos Silva e acontece numa altura em que vai avançar o curso de Medicina. Curso que Sebastião Alves frequentou a partir de 1944, estando ainda hoje a sua actividade ligada a esse ramo, dado que é o proprietário dos laboratórios Atral Cipan, detendo ainda outros negócios, desde o ramo editorial, ao cimenteiro e das madeiras. Sebastião Alves nasceu em 1920, no seio de uma família humilde, no Concelho de Proença-a-Nova.

 


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