Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano IV    Nº38    Abril 2001

Politécnico

INSTITUTO UNIVERSITÁRIO EM VISEU

Recuo é provisório

O presidente do Politécnico de Viseu, João Pedro de Barros, considera que o aparente recuo na implementação de um instituto universitário em Viseu, dependente da Universidade de Aveiro, não passa disso mesmo, pelo que o projecto irá mesmo avançar. A proposta foi aprovada em Conselho de Ministros em Março deste ano, mas, após a contestação, o Ministério recuou e acabou por pedir ao presidente da República que devolvesse o Decreto-lei antes de o aprovar.

No Ministério ninguém se pronuncia sobre o caso, mas o presidente do Politécnico de Viseu faz uma leitura dos acontecimentos. “Penso que foi um recuo tácito para voltar novamente a acontecer. Não entendo que seja uma retirada definitiva, até porque havia compromissos assumidos entre o Governo, o Ministério da Educação e a Universidade de Aveiro. Posso é dizer que o documento que criava o instituto era um péssimo documento, que não cumpria minimamente com o que se encontra consubstanciado na Lei 26/2000”.

Relativamente a esta questão, João Pedro de Barros recorda o último debate televisivo sobre educação realizado na RTP1, onde foi referido que “não se cria uma instituição no papel sem ter um local onde a instalar. E aqui em Viseu não estou a ver um espaço onde uma instituição desse género se possa instalar rapidamente. Por outro lado, o senhor reitor da Universidade de Aveiro disse há dias uma coisa que me escandalizou. Em declarações a um jornal diário afirmava que queria criar cinco instituições politécnicas, três no Distrito de Aveiro – uma em Águeda, outra em Ovar e uma terceira no norte do Distrito em local a definir – e outros dois institutos politécnicos, sendo um deles o instituto universitário de Viseu”.

João Pedro de Barros ficou ainda mais escandalizado com o argumento que terá avançado o reitor: “afirmou que o faria deste modo porque as áreas politécnicas eram as que melhor serviam o desenvolvimento do tecido produtivo. Fiquei espantado”, refere. Ao mesmo tempo adianta: “Se vem mais ensino politécnico para Viseu aliado a outro instituto, nomeadamente com cursos na área da saúde, não se entende muito bem”.

Em causa poderá ficar a Escola Superior de Saúde solicitada ao Ministério da Educação e que ainda não foi aprovada, à semelhança da Escola Superior de Comunicação e Artes. “Continuo a aguardar que o Governo me diga se avança ou não com a criação das duas escolas, que foram pedidas e vão ao encontro das áreas que o Governo diz serem importantes para o País. Nós já temos todas as condições para as alojar. A de Artes ficaria provisoriamente nos serviços centrais. E como a ESE vem para o campus politécnico, no edifício antigo ficaria a escola de saúde”.

Entretanto, a Escola Superior de Enfermagem já está integrada no Politécnico e a estratégia está definida, seguindo exemplos bem conseguidos. “Deveremos fazer o que se fez em Castelo Branco. Vamos tentar criar cursos de saúde na Escola de Enfermagem que depois passarão para a Escola Superior de Saúde, porque há aqui uma grande falta de profissionais de saúde, nomeadamente paramédicos”.

 

 

NO POLITÉCNICO DE VISEU

Centro de Investigação

O Instituto Politécnico de Viseu acaba de lançar as bases de um centro de investigação que já dispõe de um financiamento de algumas dezenas de milhares de contos, conta com direcção eleita e pretende coordenar as várias unidades de investigação existentes e contribuir para o desenvolvimento de projectos de investigação ao nível do Politécnico.
De acordo com o presidente do Politécnico, João Pedro de Barros, este centro de investigação “vai começar já a apoiar mestrados e doutoramentos, iniciando, logo que oficialmente formado, um ensaio na investigação conceptual, candidatando-se para isso a outras fontes de financiamento enquanto centro autónomo de investigação, como por exemplo à Fundação da Ciência e Tecnologia”.

Segundo diz, será importante avançar com uma estrutura deste tipo, já que “uma das críticas que fazem aos politécnicos, e com alguma razão, é que o ensino, para ser superior, tem de incluir investigação. O Politécnico já fazia investigação aplicada, mas agora quer fazer mais investigação intelectual”. Assim, a partir deste momento, qualquer investigador que queira desenvolver um projecto, pode apresentar a sua candidatura e beneficiará de apoio, desde que o conselho de investigação já criado reconheça qualidade a esse mesmo projecto.

 

 

 

SERVIÇOS CENTRAIS

Inauguração em Novembro

O novo edifício dos Serviços Centrais do Politécnico de Viseu deverão ser oficialmente inaugurados no dia da instituição, assinalado a 5 de Novembro. A confirmação foi dada ao Ensino Magazine pelo presidente da instituição, João Pedro de Barros, que fala, no entanto, numa inauguração informal a realizar a 26 de Abril, o primeiro de três dias em que ali decorre o encontro de universidades de língua portuguesa.

“Vamos aproveitar para fazer uma inauguração informal, pois estão cá representantes do ensino universitário e politécnico de Portugal, Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Macau e Timor, num total de cerca de 400 pessoas. A inauguração formal será no Dia do Politécnico, a 5 de Novembro”.

O novo edifício fica situado na Avenida José Maria Vale de Andrade, no campus politécnico de Viseu e neste momento decorrem ainda as obras dos arranjos exteriores, mas os serviços centrais já funcionam no local desde o início do mês. As obras, contando os arranjos exteriores, custaram cerca de um milhão de contos.

 


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