CARTOONISTA DO ENSINO
MAGAZINE
Menção honrosa
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O cartoonista do Ensino Magazine, Bruno Janeca, acaba de ser distinguido com uma menção honrosa no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora. Um certame que reúne alguns dos melhores desenhadores da actualidade e que este ano foi dedicado aos novos heróis do século XXI. “Desenhei um anti-herói, um personagem cheio de publicidade que parece ter agradado ao júri do concurso”, explica. Aos 25 anos, aquele jovem mostra-se satisfeito com o trabalho desenvolvido e só lamenta o facto “de não ter tido tempo para apresentar uma banda desenhada como seria o meu desejo. Mas não houve disponibilidade de tempo para elaborar uma banda desenhada que correspondesse àquilo que o argumentista, Dinis Gardete, escreveu”.
Natural de Sá da Bandeira, Bruno Janeca é o autor de muitos dos desenhos dos painéis elaborados no Centro Regional de Estudos Artísticos (Creart), e de muitos dos trabalhos elaborados pela empresa RVJ - Editores, proprietária do Ensino Magazine. “Desde miúdo que faço umas coisas. No ciclo preparatório, por exemplo, fiz algumas bandas desenhadas e mais tarde participei na revista Reactor, de Tomás Pires”, explica Bruno Janeca.
Como projectos futuros, Bruno Janeca pensa lançar um livro de banda desenhada. Quanto a estudos superiores, diz que um dia “pensa tirar um curso, mas só se o currículo me satisfizer. Por exemplo, um curso de Belas Artes não me fascina, até porque depois temos que ir dar aulas...”. E enquanto não se decide pela entrada no ensino superior, Bruno Janeca promete continuar a fazer desenhos e cartoons como aqueles que tem exibido para o Ensino Magazine. Força
Janeca!
CRÓNICA
Dos jovos, limpos
A fantástica mediatização dos Jogos Olímpicos, ao nosso nível, arrastou consigo um carrossel de vaidades, intrigas, baboseiras várias, futilidades e um cem número de sucedâneos, capazes de garantir audiências e vender o peixe luso, disfarçado de canguru.
Medalhas é que não. Quer dizer, não mais que duas de bronze.
Não está aqui em causa o meu grande apreço pela qualidade e empenho de boa parte dos atletas portugueses, medalhados incluídos, e muito menos as respectivas capacidades para atingir o mais alto, mais forte e mais longe, que são os paradigmas desta competição, apesar de muitos não terem cumprido o necessário calendário de treinos, como ouvimos da boca de responsáveis e treinadores.
De entrada e para espanto de muitos, não havia objectivos em particular, para não pressionar os atletas, disseram, mas um objectivo comum de “fazer o melhor possível” e assim safar a honra nacional. Houve então quem aproveitasse a deixa e dissesse, sem prejuízo da filosofia oficial, que os seus parâmetros de participação vitoriosa se situavam entre o vigésimo e o décimo quinto, na aproximação ao recorde pessoal, ou simplesmente passar a primeira eliminatória. Só os mais ousados se atreveram a apostar na participação em finais.
Mais disse o COP: “desta vez, vão poucos mas bons”. A transcrição não é fiel, mas é esta a ideia. Que é como quem diz, eis a nata e só a nata do desporto nacional. E será. Sobretudo se fizermos fé em muitas reportagens após as competições.
Com efeito, quase nenhum atleta lutou contra adversários normais. Ora contra constipações e febres, ora ventos e marés, ora fusos horários. Quando eram as suas capacidades que estavam em causa, a culpa foi dos outros que
atingiram performances do outro mundo ou, como se viu com o nadador José Couto, cuja novela de gosto duvidoso aqui não se dá conta, não se sentia preparado, mas foi.
Assim não vale. Não é o tamanho do país, (não é preciso dizer que outros países da mesma dimensão e até menor tiveram desempenhos
excepcionais e ganharam medalhas de ouro, pois então) é a estulta mentalidade do mais ou menos, do vamos lá a ver e do para a próxima. Esta forma de encarar um desafio, como é o caso dos Jogos Olímpicos, pode servir para viajar e fazer novos amigos, ir, como desta feita, até aos antípodas do nosso habitat original, mas não para defraudar expectativas e muito menos mandar às malvas o dinheiro dos contribuintes, que não abunda por estas paragens.
Ganharam experiência, disseram alguns. Pena não ser juízo, diria eu.
Desculpem qualquer coisinha. A verdade é que, ao terminar o evento de Sydney,
veio-me à ideia a abertura dos Jogos Olímpicos de Lisboa de 2016 e neles, perfilados na selecção lusitana, na cerimónia de inauguração, três atletas com os mínimos satisfeitos... Fernanda Ribeiro, Rosa Mota e Carlos Lopes e um lema, patrocinado por uma marca de vinho do Porto: quanto mais velhos,
melhor.
João de Sousa Teixeira
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