Director: João Ruivo    Publicação Mensal    Ano III    Nº24    Fevereiro 2000

 

Opinião

ECONOMIA

A escola e a empresa

Tal como a empresa, a escola consome e produz, só que os objectivos são diferentes. Na primeira, a componente económica/financeira é fundamental para que se possa afirmar no mercado pela qualidade e preço dos produtos/serviços.

Na segunda, além das componentes referidas, é imprescindível o consumo de cultura para a produção de uma aprendizagem mais elaborada.

De acordo com Michael Porter (1980) “a essência da formulação de uma Estratégia Competitiva é relacionar a empresa com o seu meio envolvente. Embora o meio ambiente relevante seja muito amplo, abrangendo tanto forças sociais como económicas, o aspecto principal do meio ambiente da empresa, é o sector ou sectores em que ela compete”.

Esta ideia da construção de uma estratégia para que a empresa se possa adaptar à nova realidade envolvente é aplicável à escola, pois esta deve oferecer serviços e produtos acabados (ex-técnicos) que correspondem às necessidades do meio.

Para que seja possível atingir esta satisfação torna-se necessário que exista “management” na escola e empresa. O “management” escolar não se deve preocupar só com a gestão informal, mas deve encarar a gestão de uma maneira global que inclua:

- organização e formação de pessoal docente e administrativo.

- estruturação de espaços e fontes de informação.

- gestão de conflitos decorrentes da aplicação da estratégia definida e da necessidade de inovar para desenvolver.

- actualização do currículo que interligue prática e teoria, interior e exterior da escola.

Em Portugal e noutros países, a gestão da escola é conduzida por pessoas eleitas que provêm de várias áreas, sendo diminutos os conhecimentos de gestão.

Devido à redução de alunos nos vários níveis escolares, a escola boa será aquela que conseguir atrair mais candidatos ou seja aquela que atingir melhores coeficientes de realização/qualidade.

É vantajoso que aceitamos que as pessoas que presidem aos órgãos directivos, detenham conhecimentos aprofundados de “management” de modo a rentabilizar as verbas existentes, que tenderão a ser distribuídas de acordo com um critério de racionalidade abrangente.

Agostinho Inácio Bucha
(Politécnico de Setúbal)

 

 

Aquecimento Escolar

O distrito da Guarda é um dos prioritários do Ministério da Educação na instalação de sistemas de aquecimento escolar.
Quem o anunciou foi o secretário de Estado da Administração Educativa, ao referir que a Guarda é zona prioritária face aos distritos de Aveiro, Bragança e Braga. Isto, porque são áreas onde o frio se faz sentir com maior intensidade.

Augusto Santos Silva revelou, aliás, que o Governo possui um mapa onde estão definidas as temperaturas médias de cada região do país, estando, assim, em condições de planear a construção de sistemas de aquecimento das escolas, com rigor e atendendo às situações de cada distrito. O governante lembrou que, no ano passado, foram investidos mais de um milhão de contos na criação de sistemas de aquecimento em estabelecimentos de ensino da região Norte e outro milhão no Centro.

Os investimentos vão prosseguir, garantiu Augusto Santos Silva, enfatizando que no período pós-25 de Abril de 1974 a prioridade dos sucessivos Governos foi para a chamada “democratização do ensino”, ou seja, possibilitar o acesso à Educação de todos os jovens, a grande maioria deles até aí excluídos do sistema.

Outras questões foram sendo relegadas para a segundo plano, como a do aquecimento das escolas. Cabe ao Ministério da Educação instalar os sistemas respectivos nos estabelecimentos dos 2º e 3º ciclos. Quanto às do 1º ciclo, essa é uma responsabilidade das câmaras municipais, explicou o secretário de Estado.

Afirmou, ainda, que tem existido uma óptima colaboração entre o Ministério e as autarquias, no sentido de dotar esses estabelecimentos de ensino do indispensável aquecimento.

As explicações de Augusto Santos Silva surgiram depois de um estudo do Sindicato dos Professores da Zona Centro ter alertado para o facto de mais de metade das escolas da região não possuir aquecimento.

Isto, numa altura em que em vários pontos do país, os alunos se manifestaram reclamando a criação de sistemas de aquecimento e queixando-se dos prejuízos para o seu rendimento escolar, de estarem em salas de aula gélidas. O protesto dos estudantes foi acompanhado pelo apoio prestado pelos docentes.

Aguarda-se, então, as medidas do Ministério da Educação, esperando-se que não se cumpra a previsão da Federação Nacional de Professores (FENPROF) de que tudo será resolvido, de forma natural, “com a chegada das andorinhas”, ou seja, quando a Primavera chegar e o calor resolver o problema, pelo menos até ao próximo Inverno...

Jorge Azevedo

 


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