UBI NA VANGUARDA DAS
NOVAS TECNOLOGIAS
A nova Akademia

A Universidade da Beira Interior está a implementar a criação de um Centro de Excelência no campo das Ciências da Comunicação em ligação com as tecnologias de informação e multimedia. O Centro está em oficialmente em formação desde 5 de Setembro, mas já antes se tinham desenvolvido vários projectos, numa lógica de mostrar trabalho primeiro e conseguir avançar depois.
Por isso, só em Janeiro de 2000 é que a UBI apresentou o Projecto Akademia - Sistemas de Informação e Novas Formas de Jornalismo Online ao Programa Sapiens 99 da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Em 17 de Abril o projecto foi apresentado ao painel de avaliadores em Lisboa e acabou por ser seleccionado, pelo que irá receber um apoio de 24 mil contos da Fundação para o Desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia.
O Akademia é um projecto interdisciplinar nos campos da comunicação, informática e gestão da informação que visa explorar novas formas do jornalismo on-line. A investigação a desenvolver passa pelas áreas da convergência de texto, som e imagem em movimento, e pela simbiose entre jornalismo e bases de dados, que vai originar um novo tipo de jornal, ao qual o cidadão comum acederá por um simples telemóvel de terceira geração.
De acordo com António Fidalgo, docente na UBI e responsável máximo pelo projecto, “a indústria deveria estar a enveredar pela convergência, mas faltam laboratórios de investigação em Portugal, pelo que a UBI está a assumir um papel pioneiro”. Esse laboratório chama-se LABCOM e pretende ser “uma unidade de investigação e desenvolvimento onde haverá vários projectos, uns mais ligados à informação e multimédia, outros à informação e bases de dados e outros na área das engenharias informáticas”.
PROJECTOS. O trabalho da UBI já estava a ser feito antes do Labcom nascer através de vários projectos. Entre eles está a Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação, iniciada em Maio de 1999. O segundo foi o jornal Urbi et Orbi, com o primeiro número a ser posto online em 7 de Fevereiro de 2000, o qual contou e conta com a colaboração de muitos profissionais da UBI e também com os textos de muitos alunos do Curso de Ciências da Comunicação. Este jornal viu o seu grafismo renovado já este mês de Novembro.
Outro dos projectos em andamento é a revista online Recensio que se pode considerar a continuação lógica da biblioteca, já que muitos textos importantes para as diferentes áreas das Ciências da Comunicação não se encontram online, e era importante registá-los online, integrá-los dentro de uma base de dados, de fácil acesso e consulta, e fazer sinopses e recensões deles. “Quem quiser investigar determinada área, fazer um trabalho académico, poderá consultar a Recensio e verificar quais os textos existentes relativos ao tema, se se encontram ou não online, qual a editora ou revista em que surgiram, de que tratam, e qual a avaliação que fizeram os recenseadores do texto”.
Em Novembro de 99 nasceu ainda a Televisão Universitária da Beira Interior (Tubi) que iniciou as emissões regulares de um telejornal no circuito interno de TV da UBI. Em perspectiva está ainda uma página exclusivamente sobre cinema, depois do sucesso de alguns trabalhos realizados neste área.
Depois de todo este trabalho realizado e em curso, António Fidalgo espera que outros projectos nasçam, o que será natural, uma vez que há vários doutorandos da UBI a realizarem trabalhos nas áreas de investigação referidas. “Há já um doutorando ligado ao projecto e apoiado pela FCT. Mas se olharmos para as pessoas envolvidas e que estão em doutoramento, constatamos que mais de 50 por cento estão a doutorar-se nestas áreas”.
Mas a vantagem do Akademia não fica por aqui. “A grande vantagem é que tudo o que fizermos aqui será visível on-line. A própria página Internet do Akademia
www.akademia.ubi.pt mostra o que estamos a fazer. Assim a FCT pode avaliar os projectos que apoia a qualquer momento. Não na totalidade, porque há muito trabalho de investigação feito em gabinetes e só passado algum tempo é visível, mas pode avaliar grande parte. Podemos dizer que estamos a trabalhar numa casa de vidro”.
CRÓNICA DA UBI
Carros e peões na
Covilhã
Estão a ser feitos os passeios na entrada sul da Covilhã, entre a Rotunda da Estalagem de Sta. Eufémia e a Ponte do Rato. Era uma obra há muito necessária, pela segurança dos muitos peões, nomeadamente estudantes e docentes da UBI, e também pela dignidade que a entrada de uma cidade deve ter.
Depois do arranjo do passeio junto ao Centro de Seminários e Colóquios da UBI, antiga Casa Melo Castro, na Avenida d’Ávila e Bolama, onde foi instalado um separador de metal para segurança dos peões, e da construção dos passeios desde o novo Hospital até à Rotunda da Sta. Eufémia, tornava-se de facto imperativo fechar a obra que permite que os peões se desloquem sem perigo de vida desde a parte histórica da cidade até aos confins da nova cidade da Covilhã, a zona do Hospital e da futura Faculdade de Ciências da Saúde.
Saúda-se obviamente a obra e louva-se a Câmara Municipal da Covilhã pelo cuidado de urbanizar devidamente a cidade. Verdade se diga que tem havido por parte da Câmara o cuidado de disciplinar o trânsito na cidade, com a instalação de semáforos e a criação de novos sítios de estacionamento, como é o caso do Mercado Municipal. As obras do novo silo automóvel no Pelourinho enquadram-se nesta boa política de dar espaço próprio aos carros e salvaguardar o espaço dos peões. Como cidade antiga a Covilhã é uma cidade feita à medida de peões e não de carros, tendo a inevitável invasão dos carros sido feita à custa dos peões e da sua segurança. Havia que repor a harmonia da cidade, conjugar os direitos dos peões ao espaço e à segurança nas ruas e praças da cidade com as justas pretensões dos automobilistas em poderem circular e estacionar facilmente. Dê-se o devido mérito à Câmara por ter metido mãos à obra e ter assumido os riscos que tais obras sempre implicam.
Dito isto, não se entende que, construindo passeios para peões, eles se transformem rapidamente em locais de estacionamento. E isso verifica-se em larga medida na parte nova da cidade, no eixo TCT. Não atribuo aqui culpas à Câmara; parece-me que a culpa é fundamentalmente dos automobilistas ou da sua falta de civismo. Para não andar 100 metros a pé, o automobilista prefere atirar o carro para o passeio em frente à porta do seu prédio. Mas aqui deve mostrar-se o cartão amarelo à PSP porque devia actuar e não o faz. Carros em cima de passeios é algo que não deveríamos aceitar. Fazer passeios de peões para carros estacionarem é a inversão das coisas. Por essa Europa fora, de cujos níveis de desenvolvimento nos queremos aproximar, não se vêem carros em cima de passeios. E não se diga que lá há estacionamento e cá não. Em muitos locais lá também não há estacionamento e quando há é a pagar, e por vezes pagar a valer.
António Fidalgo
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